sábado, 25 de fevereiro de 2012

E se ser gay fosse uma escolha?


Você é gay? Se sim, escolheu ser gay? Penso que, como eu, a resposta é "não escolhi" - mas fica a pergunta: e se ser gay fosse uma escolha, isso, por acaso, "justificaria" a homofobia?

Há algo que me soa inegável: o direito que temos sobre nossos corpos, sobre a gerência de nossa afetividade, sobre o nosso sexo, sobre o nosso prazer... É soberano!

É preciso tomar cuidado com este discurso, que pode facilmente se tornar vitimista, de que "ah, eu não escolhi ser assim, então, me respeite (= tenha dó de mim), 'porque, se pudesse, eu seria outra coisa'".

MESMO que ser gay fosse uma escolha, não caberia a terceiros julgar você por isso e nem disparar preconceitos em cima disso. Seu corpo, seu prazer, seu sentimento... São seus!

Então, mesmo que eu, de livre e espontânea vontade, escolhesse ser gay, AINDA ASSIM, haveria de ser respeitado nas escolhas que fiz sobre minha vida particular.

Dessa forma, eu digo, como na minha miniautobiografia: eu não escolhi ser gay, mas eu escolheria... E se escolhesse, ainda deveria ser respeitado, sim, senhor: http://www.joaomarinho.jor.br/blog/2012/01/nao_e_facil_ser_gay_mas_eu_ain.html

3 comentários:

  1. A premissa é falsa de per si. Se ser gay fosse uma escolha significaria que todos seriam originalmente hétero.

    E escolher relações com o mesmo sexo significaria que são mais prazeirosas que com o sexo oposto. Então, a procriação fracassaria porque obviamente todos escolheriam o mesmo sexo. Mas a procriação é um sucesso (a população mundial continua crescendo, a taxas cada vez menores mas crescendo, e perigosamente).

    O prazer sexual é originalmente um mecanismo biológico promotor da procriação. Logo, o prazer homossexual só pode ser o mecanismo natural que controla o crescimento da população.

    Assim, o prazer é que determina a orientação sexual. Para uns, o prazer é maior com o sexo oposto e para outros com o mesmo sexo. O prazer pelo mesmo sexo maior do que pelo sexo oposto, que ocorre só nos homossexuais e eventualmente nos bissexuais, é então um mecanismo de controle populacional natural.

    Os que pretendem que seja uma escolha, um vício, uma doença, pretendem apenas promover artificialmente o crescimento da população para aumentar o seu poder. Contudo, como a força da Natureza é maior, é incontrolável, e não há poder que a suplante, as orientações sexuais não são escolhidas e são impostas pela Natureza.

    Assim, não há porque considerar, em hipótese alguma, que as orientações sexuais possam ser uma escolha.

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  2. Achei a principio inteligente o comentário. Eu já analisava assim agora apenas um detalhe: "pretendem apenas promover artificialmente o crescimento da população para aumentar o seu poder".

    Esse poder citado também é natural e está muito longe de ser artificial.
    Osvaldo Aires

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    Respostas
    1. Eu já penso que é reduzir muito o papel do desejo e do prazer sexual em termos de "reprodução x não reprodução".

      O sexo é uma das forças mais ativas da natureza, e, para além da perpetuação da espécie, está por trás de eventos tão distintos quanto a interação entre grupos e a definição da posição na escala social mesmo em animais.

      Que dirá pensarmos nisso nos seres humanos, complexos que são. Se os animais, que têm cio, encontram formas mil de evocar a energia sexual, quanto mais nós que não o temos,

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