terça-feira, 31 de agosto de 2010

Anglicanismo: coral da diversidade

CORAL GAY ANGLICANO-INCLUSÃO E PARTICIPAÇÃO DOS HOMO-AFETIFOS NA VIDA DA COMUNIDADE

 

Uma inusitada idéia partiu da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, que fica localizada no Centro de São Paulo. A idéia foi criar um coral masculino gay, com o objetivo principal, segundo o maestro Walter Fajardo, incluir os participantes (do coral) na sociedade, através da música, em eventos culturais.

O convite de Walter partiu do reverendo da Igreja, Arthur Cavalcante, que iniciou o grupo.  A novidade  conta com a adesão de 12 homens, porém a idéia é chegar a 40 pessoas, a exemplo de outros corais gays masculinos já organizados em outras cidades como Nova Iorque, Londres ou São Francisco.

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A Paróquia Santíssima Trindade, local onde o reverendo Cavalcante atua, já recebeu inclusive uma homenagem do Governador do estado de São Paulo. O prêmio recebido foi o Selo Paulista da Diversidade, que reconhece ações voltadas a grupos discriminados.

Qualquer pessoa pode participar do coral, independente de sua orientação sexual. Os interessados em participar do Coral Masculino Gay de São Paulo devem entrar em contato com a Secretaria da Paróquia da Santíssima Trindade no endereço: Praça Olavo Bilac, 63, Campos Elíseos, São Paulo. Ou ainda pelo telefone: (11) 3667-8161 ou através do e-mail traindade@trindade.org

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PASTOR EVANGÉLICO QUER PROIBIR BEIJO GAY

Dizem que os gays querem amordaçar as pessoas com o PL 122/06, mas são os Evangélicos que querem proibir as pessoas de se beijarem!

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O primeiro beijo gay da campanha eleitoral, apresentado no vídeo acima, do PSol, no horário eleitoral gratuito de São Paulo, já começou a criar polêmica.

Relator do conselho político da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, Lelis Washington Marinhos está defendendo que os partidos adversários e até mesmo o Ministério Público entrem com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral pedindo a retirada da cena do ar.

– O que eles fizeram é uma provocação à sociedade brasileira. É uma situação deplorável, a grande maioria condenaria um ato desse, que antes era considerado atentado ao pudor pela lei. Para o bem da família, cenas como essa deveriam ser proibidas na televisão, ainda mais em horário eleitoral, que é acessível e estimulado.

 

Na carona do PSOL, o candidato à Presidência da República pelo PSTU, Zé Maria, também exibiu beijo gay no programa eleitoral exibido nesta quinta-feira, 27. Enquanto apareciam imagens de beijos, entre elas, a de um casal gay, Zé Maria falava: a luta contra todas as formas de opressão é parte fundamental do programa socialista. Não há capitalismo sem homofobia.”

De acordo com a assessoria do PSTU, o beijo gay está dentro da linha do partido, que visa propor temas para serem debatidos com a sociedade, como a luta contra a homofobia.

Apesar de tabu nas novelas, o beijo gay não foi novidade na política. No último dia 18, o PSOL causou polêmica na televisão ao protagonizar o primeiro beijo entre homens. Paulo Búfalo, candidato do partido ao governo de São Paulo, defende a estratégia:


“Nós avaliamos que as demonstrações de carinho precisam ser mostradas. São manifestações legítimas e mostram que o estado precisa ter políticas públicas para isso. O estado precisa ser laico, democrático. Precisa combater a homofobia nas suas políticas.”

O diretor da peça publicitária do PSOL, Pedro Ekman, garantiu que a intenção não foi chocar, mas simplesmente celebrar a diversidade.

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Engraçado, A Assembleia de Deus não se pronuncia contraio aos seus pastores, como por exemplo: SILAS MALAFAIA ir vender indulgências e enganar ao povo com a bênção da prosperidade em troca de R$900,00 ou de R$ 610,00. Ou seja, roubar não é pecado, mas beijar na boca… além de levar para o inferno já foi considerado atentado violento ao pudor, aquele velho artigo 214 do CP, que foi REVOGADO!

Engraçado eles vêm pregar bons costumes, mas roubam! O alto da hipocrisia evangélica: seja um ladrão mas não seja um gay! ISSO É UMA VERGONHA!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reunião do Entre Homens: Queer Rock (30/08/10)

Pessoal,

Depois da reunião do dia 16/08, sobre mulheres que curtem mulheres, o Projeto Entre Homens volta, na próxima segunda-feira, 30/08, para falar sobre queer rock. Queer... O quê? Sim. Você que pensa que rock'n'roll é coisa de "homem hétero e macho" e que os gays, musicalmente, estão restritos à música eletrônica e ao axé music, não deixe de conferir essa roda de conversa que vai mostrar que o mundo dos fortões tatuados de guitarra na mão é muito mais sexualmente diverso do que pensamos!

Ajudem a divulgar e compareçam!

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João Marinho

 

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Que nós, gays, curtimos música, shows, baladas, não é surpresa para ninguém! Mas o que muita gente não sabe é que muitos gays e bis são mais fãs do rock – punk, hard, metal – do que da house music ou do tecno.

Isso não apenas por causa de bandas e cantores relacionados à afetividade entre homens (Morrisey, Placebo, Queen, David Bowie), mas também devido a bandas que cantam e tocam diretamente sobre temas que mexem com o fato de sermos gays ou bis!

Para falarmos sobre queer rock, homocore e sobre bandas como Pansy Division, Limp Wrist, Teu Pai Já Sabe, Textículos de Mary, entre outras, contaremos com a presença de Fábio Babette, criador do site O Caralho do Rock (www.cdorock.com), para conhecermos mais sobre outros estilos de música, para quem curte um som mais pesado! Yeah!

QUANDO
Segunda-feira, 30/08/10, 19h
ONDE
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Rua Santa Isabel, 198 - São Paulo, SP, perto do Metrô República.
Travessa da Amaral Gurgel, uma depois da Marquês de Itu
Telefone: (11) 3337-2028. Mapa e mais sobre o clube:
www.upgradeclub.com.br
* tocar a campainha para entrar | o bar estará aberto para os presentes
QUEM
Roqueiros, metaleiros, punks, pessoal do jazz, turma do tecno, classicistas... Quem curtir uma boa música sem preconceito.
Sobre o Entre Homens
Gerenciado por Murilo Sarno, o Projeto Entre Homens visa a refletir, numa roda de conversa livre e espontânea, temas relacionados ao universo masculino de homens que curtem homens.
Contato para a imprensa:
João Marinho - MTB 42048/SP
Tels.: +55 11 9775-8893, 3217-2640

jm@joaomarinho.jor.br
Fique de olho nas próximas reuniões!
13/09: BDSM Gay
27/09: As eleições e os LGBTs
18/10: Idosos gays

sábado, 21 de agosto de 2010

Como pode a Igreja-poder ter se perpetuado na história?

Rigidez afasta a instituição da vivência de um lar espiritual

LEONARDO BOFF
Teólogo - lboff@leonardoboff.com

Vou abordar um tema incômodo, mas incontornável: como pode a instituição-Igreja, como a descrevi num artigo anterior, com características autoritárias, absolutistas e excludentes, se perpetuar na história? A ideologia dominante responde: "Só porque é divina". Na verdade, este exercício de poder não tem nada de divino. Era o que Jesus exatamente não queria. Ele queria hierodulia (sagrado serviço) e não hierarquia (sagrado poder). Mas esta se impôs através dos tempos.

Instituições autoritárias têm uma mesma lógica de autorreprodução. Não é diferente com a Igreja-instituição. Em primeiro lugar, ela se julga a única verdadeira e tira o título de "igreja" de todas as demais. Em seguida, cria-se um rigoroso enquadramento: um pensamento único, uma dogmática, um catecismo, um direito canônico, uma forma de liturgia. Não se tolera crítica nem criatividade, vistas como negação.

Em segundo lugar, se usa a violência simbólica do controle, da repressão e da punição, não raro à custa dos direitos humanos. O questionador é marginalizado, nega-se-lhe o direito de pregar, escrever e atuar na comunidade. O então card. Joseph Ratzinger, presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, puniu mais de cem teólogos. Na mesma lógica, pecados e crimes dos sacerdotes pedófilos ou delitos como os financeiros são ocultos para não prejudicar o nome da Igreja, sem o menor sentido de justiça para com vítimas inocentes.

Em terceiro lugar, mitificam-se e quase idolatram-se as autoridades eclesiásticas, principalmente o papa, que é o "doce Cristo na Terra". Penso lá com meus botões: que doce Cristo representava o papa Sérgio (904), assassino de dois predecessores, ou João XII (955), eleito aos 20 anos, adúltero e morto pelo marido traído ou, pior, Bento IX (1033), eleito aos 15, um dos mais criminosos e indignos da história, chegando a vender a dignidade papal?

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Em quarto lugar, canonizam-se figuras cujas virtudes se enquadram no sistema, como a obediência cega e o "sentir com a Igreja (hierarquia)", bem no estilo fascista segundo o qual "o chefe (o ducce, o Führer) sempre tem razão".

Em quinto lugar, há pessoas e cristãos com natureza autoritária, que, acima de tudo, apreciam a ordem, a lei e o princípio de autoridade em detrimento da lógica complexa da vida, que tem surpresas e exige tolerância e adaptações. Estes secundam esse tipo de Igreja bem como regimes autoritários e ditatoriais. Aliás, há uma estreita afinidade entre ditaduras e a Igreja-poder, como se viu com Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet e outros. Padres conservadores são feitos bispos, e bispos fidelíssimos a Roma são promovidos. Esse bloco histórico-social-religioso se cristalizou e garantiu a continuidade a este tipo de Igreja.

Em sexto lugar, a Igreja-poder sabe do valor dos ritos e símbolos, pois reforçam identidades conservadoras.

Em razão desta rigidez dogmática e canônica, a Igreja-instituição não é vivida como lar espiritual. Muitos emigram. Dizem sim ao cristianismo e não à Igreja-poder. Dão-se conta das distorções da herança de Jesus.

Não obstante estas patologias, possuimos figuras como o papa João XXIII, dom Helder Câmara, dom Pedro Casaldáliga, dom Luiz Flávio Cappio e outros que não reproduzem o estilo autoritário nem apresentam-se como autoridades eclesiásticas, mas como pastores no meio do Povo de Deus. Há um mérito que importa reconhecer: esse tipo autoritário de Igreja nunca deixou de nos legar os evangelhos, mesmo negando-os na prática, e assim permitindo-nos o acesso à mensagem revolucionária do Nazareno. Ela prega a libertação mas geralmente são outros que libertam.

Fonte: Jornal O Tempo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

I JORNADA TEOLÓGICA DA COMUNIDADE BETEL

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"Reconstruindo Ideias e Resignificando as Escrituras"


Palestrantes: Rev. Márcio Retamero e Presb. Ricardo.


Sábado - 16:00 às 19:15
...Domingo - 17:30 às 18:45

PARTICIPE!!!
Inscrições: cardo@oi.com.br

--
COMUNIDADE BETEL
Uma Igreja Cristã Protestante, Reformada e Inclusiva
Cultos: Domingos, às 19:00, Quintas, às 19:30.
Praia de Botafogo, 430 - Sobreloja - Botafogo, Rio (Templo da Igreja Presbiteriana da Praia). Próx. ao Metrô e ao Botafogo Praia Shopping.
Site: www.betelrj.com
Twitter: http://www.twitter.com/comunidadebetel
ICM - Igrejas da Comunidade Metropolitana
www.icmbrasil.com

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Peça 'O Quarto de Giovanni' é baseada em clássico da literatura gay

20100802171127197 O Quarto de Giovanni
19 a 22 de agosto
Quinta a sábado, às 21h
Domingo, às 19h


Ingressos:
À venda na bilheteria do Teatro Alterosa, que funciona de terça-feira a domingo, das 12h às 19h30.
Quinta-feira:
R$ 30,00 - Preço efetivo
R$ 15,00 - Meia-entrada para estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos e categorias devidamente identificadas.
Sexta, sábado e domingo:
R$ 40,00 - Preço efetivo
R$ 20,00 - Meia-entrada para estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos e categorias devidamente identificadas.


Sinopse:
Em breve passagem por Belo Horizonte, a Cia Internacional de Teatro de Repertório Arte Livre apresenta o espetáculo 'O Quarto de Giovanni'. A montagem, com direção de Roberto Cordovani, é baseada em obra do autor James Baldwin. O clássico da literatura homossexual conta o despertar de um homem diante de sua inesperada natureza e é ambientada no mundo boêmio de Paris dos anos 50.

David, um escritor americano que vive em Paris, conhece Giovanni, um belo italiano, em um bar gay. Alcoolizado, David aceita passar a noite com ele. E essa noite se prolonga até se converter em três meses de paixão no quarto de Giovanni, onde o moço americano buscará refúgio e encontrará amor. Incapaz de enfrentar a nova vida que se abre ante ele (David) e o seu amor por um homem (Giovanni), foge covardemente quando sua namorada Hella regressa a Paris.

Nesta história, Baldwin integra o desejo em uma trama que desenvolve o 'problema' da homossexualidade em esquemas culturais mais amplos. O principal contraste é o que separa o americano 'civilizado' e culto mais fundamentalmente desonesto, frente a um italiano espontâneo, capaz de ser sincero consigo mesmo, mas inocente.

James Baldwin nasceu e cresceu em Nova Iorque. Publicou sua primeira novela em 1953, narrando suas experiências como o filho de um predicador de Harlem. Ganhou numerosos prêmios literários. Foi nomeado Comandante da Legião de Honra em 1986. Morreu em 1987.

Roberto Cordovani (ator, autor, diretor, iluminador e produtor teatral) é fundador da Companhia Arte Livre do Brasil, em São Paulo (1976), e desde 1985 na Europa. Viajou com os espetáculos para nove países e mais de 360 cidades européias, atuando sempre em português/galego. Venceu o Festival Internacional de Teatro de Edimburgo, Festival de Outono de Madrid, Prêmios Compostela de Teatro (hoje Maria Casares) e o prêmio individual de melhor ator de Londres. Com prêmios na Inglaterra, quebrou os protocolos sendo o primeiro latino a receber tais condecorações.

1º THE QUEEN OF THE NIGHT

O Fórum da Diversidade Sexual de Jandira/SP foi formado no dia 19 de março de 2010 para articular discussões LGBTs da cidade. Desde então, tem participado de diversos eventos no âmbito municipal, estadual e federal.

O 1º THE QUEEN OF THE NIGHT é um concurso de beleza de drag queens, com desfiles e shows. O evento visa ao combate ao preconceito e à interação de toda a sociedade no sentido de conscientizar todos os participantes da importância da cultura LGBT. Nesse sentido, a principal intenção é a divulgação das representações artístico-culturais do movimento LGBT, da cidade e da região.

Para Fernando Prado, Presidente do Fórum, “a importância deste evento, além das questões supra citadas, é a arrecadação de alimentos para ser doada à Secretaria de Ação Social da Cidade e para a Casa de Apoio aos Portadores de HIV. Dessa forma, auxiliando não apenas na divulgação da cultura LGBT no município e região, mas também demonstrando nosso envolvimento com a cidadania”.

 

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domingo, 15 de agosto de 2010

ENTRE HOMENS 16/08/2010 - Mulheres que curtem mulheres

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Na próxima reunião, o Projeto Entre Homens abordará um tema diferente dos habituais: conversaremos um pouco sobre o universo das mulheres que curtem mulheres, sejam elas lésbicas, bis ou não-ligadas a  identificações.

É uma boa oportunidade para saber mais, através da perspectiva feminina, sobre relacionamentos, afetividade e sexualidade. Mais um ponto de vista para refletirmos sobre as nossas próprias posturas.

QUANDO

Segunda-feira, 16/08/10, 19h

ONDE

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Rua Santa Isabel, 198 - São Paulo, SP, perto do Metrô República.
Travessa da Amaral Gurgel, uma depois da Marquês de Itu
Telefone: (11) 3337-2028. Mapa e mais sobre o clube: www.upgradeclub.com.br
* tocar a campainha para entrar | o bar estará aberto para os presentes


QUEM
Mulheres e homens, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero.


Sobre o Entre Homens

Gerenciado por Murilo Sarno, o Projeto Entre Homens visa a refletir, numa roda de conversa livre e espontânea, temas relacionados ao universo de homens que curtem homens.

Contato para a imprensa:
João Marinho - MTB 42048/SP
Tels.: +55 11 9775-8893, 3217-2640

jm@joaomarinho.jor.br

!cid_201008142129390995 Fique de olho nas próximas reuniões!

30/08: Queer Rock
13/09: BDSM Gay
27/09: As eleições e os LGBTs
18/10: Idosos gays

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Homossexualidade: É Claro que Não é Natural!

Por: Diác. Luiz Gustavo.
www.igrejainclusiva.blogspot.com

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Tenho de admitir, o título da postagem é para atrair leitores. Se os ideólogos da ignorância religiosa, neo-inclusivos ou não, têm o direito às suas manchetes sensacionalistas, por que eu não poderia me utilizar daquilo que é gritante para levar alguns à reflexão?

Pois bem, mas o assunto que vou tratar aqui é exatamente este, não é propaganda enganosa. Vou tratar sobre a homossexualidade ser natural ou não. Para isso, vou colocar na geladeira as proposições biologizantes, em primeiro lugar e, depois, as teorias loucas da teologia sobre "natureza" humana. Nossa abordagem será antropológica, afinal estamos falando de seres-humanos, e nada melhor que a Ciência do Homem para abordar a naturalidade ou antinaturalidade da homossexualidade.

Para a antropologia a homossexualidade não pode ser natural, nem a heterossexualidade, nem a bissexualidade, pois o homem não é NATURAL, mas um ser cultural. Deixou o estado de natureza lá atrás quando abandonou as cavernas solitárias, se elas realmente existiram, e começou a guiar-se pelo elemento simbólico. Tá complicado? Tá acadêmico demais? Então vamos simplificar...

O homem, o ser humano não pode e não é um ser da natureza selvagem e bruta, pois é racional. Não pode ser natural; ou você já viu vaca cozinhando a grama antes de comer? Ou já assistiu um casal de jacarés em cerimônia de casamento? Ou sua cadelinha usando o bidê?

Não somos naturais. Ninguém nunca viu um ser-humano esquartejando uma galinha com os dentes para se alimentar, ou o outro fazendo sexo à força com uma "fêmea" no meio da rua, ou urinando e fazendo caquinha nos corredores do prédio ou no elevador. Se você viu algum ser-humano fazendo algumas destas coisas, podes crer, ele já deixou o estado de humanidade, está no estado de natureza, nua e crua, dura e cruel. Só o louco, aquele mais lunático, pode viver em estado de natureza, desinserido do cultural, do mundo humano.

É por isso que a homossexualidade não é natural, muito menos a heterossexualidade. Elas não existem no mundo da natureza, pois são conceitos humanos, que a natureza não compreende nem aborda. Mas, você pode me dizer que já viu dois cachorrinhos machos "cruzando", ou um galo chocando ovo. Isso existe, e é elemento da natureza, do mundo natural; o cachorrinho está exatamente "cruzando" e não fazendo sexo, pois sexo é coisa para humanos fazerem.

Homossexualidade e heterossexualidade necessitam de sentimentos humanos para existirem, sentimentos estes que são elementos simbólicos, que fogem da necessidade e se perdem nos desejos. Só humanos podem desejar, não cahorrinhos, vaquinhas e macaquinhos... estes "necessitam", pois dependem de seus instintos, coisa já inexistente no homem inserido no cultural.

Ufa! Dei muita volta? Mas não tive outro meio pra chegar onde queria... e não quero desdizer os que tentam provar a biologicidade da homossexualidade. Quem sou eu para isso! Creio que exista sim um componente biológico, micro, na definição da sexualidade de cada um, mas que não define comportamentos, nem sentimentos, nem atrações, que estão ligados ao desejo, não ao instinto, e estão submissos ao ambiente cultural de cada sociedade.

Bem, acho que este texto é legal para clarificar e explica melhor a polêmica série de imagens "É Claro que Não é Natural", criadas pelo departamento de marketing da Comunidade Betel, que geraram alguma incompreensão por parte de alguns. Deu para iniciar um debate mais amplo sobre este assunto muito bem abordado pelas ciências sociais e pela psicologia, e desastrosamente abordado pela teologia cristã, pelo menos por aquela do status quo.

Da próxima vez que te disserem que ser gay não é natural não se ofenda, afinal você é gente e não pode se comparar aos animais irracionais submissos aos instintos, somente comparáveis à gente totalmente inserida no estado de loucura.
Sim, ser crente fundamentalista é NATURAL!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Chuca che te fa bene!

Um pouco de higiene antes do sexo anal nunca é demais. Só não abuse!

  • por Deco Ribeiro

O delicioso texto abaixo, atualizado recentemente e republicado na revista HARD BOYS 45, foi escrito por Deco Ribeiro para a Sex Boys com o propósito de responder a uma dúvida de muitos: a chuca... Faz mal? Desfrutem.

 

Índice

"Clysterium donare, postoe seignare, ensuita purgare". "Chuca", sangria e laxante. Antes do século 20, esses eram os principais tratamentos para qualquer tipo de doença. Essa frase, em latim, foi dita por um personagem de uma das sátiras de Molière e ironizava o ensino de medicina da época – e o que é a "chuca", afinal?

Para quem não sabe, ela também é conhecida como enema ou clister. Trata-se de uma lavagem da porção final do intestino, a fim de facilitar a eliminação de fezes.

É feita com a aplicação de água morna dentro do ânus, através de um tubo ou um aplicador de borracha (o clister, encontrado em qualquer farmácia). Depois, evacua-se o conteúdo no vaso.

Entre os homossexuais, a chuca também é usada como uma medida higiência, a fim de evitar o "cheque", vestígios desagradáveis de fezes que podem aparecer, sem convite, durante o sexo anal. Muitos usam a mangueirinha do chuveiro, e há até quem tenha fetiche na prática, o que recebe o nome de clismafilia.

Das areias do Egito

Essa história de enemas e laxantes vem de longe. Para os antigos egípcios, as fezes estavam associadas a doenças e à morte, e receitas de enemas aparecem em papiros de mais de 3.500 anos atrás.

O hábito da chuca cruzou o Mediterrâneo rumo à Grécia e, no encalço de Alexandre, o Grande, espalhou-se pelo mundo. É conhecido o uso de enemas desde a Índia e a China antigas até os índios nativos das Américas. A chuca praticamente alcançou toda a civilização sem se abalar, até o início do século passado.

A partir de então, a medicina se modernizou, e, por meio de comprimidos e outros tratamentos que privilegiavam a via oral, relegou o ânus ao ostracismo e ao preconceito. Atualmente, a "chuca médica" se restringe a algumas aplicações no diagnóstico de problemas do cólon e algumas práticas naturalistas. Sua larga utilização (sem trocadilhos) ficou a cargo dos gays, que mantêm a tradição milenar.

Faz mal?

Hoje, porém, muitos pensam que a chuca faz mal. A resposta é: depende. Depende da chuca, da quantidade de líquido, do tempo de retenção da água, da frequência... E até do médico procurado!

Hoje falecido, o condecorado gastrocirurgião Dr. Ricardo Góes, da Unicamp, defendia que a utilização de enemas devia se restringir a aplicações médicas específicas – como no uso de soluções químicas de contraste para ressaltar o colón durante um raio X, por exemplo. Outros usos sem acompanhamento médico e, principalmente, com outros ingredientes que não água seriam inadmissíveis.

Para o infectologista Dr. Ricardo Tapajós, é justamente a água o problema. Segundo ele, que já concedeu entrevista à revista Sex Boys, também da Sexsites Editorial, a água, além de retirar o muco protetor, pode causar microlesões internas. O legal é não fazer nada, mas, se a pessoa achar imprescindível, a lavagem, quando indicada, pode ser feita com produtos próprios encontrados em farmácias.

Já o Dr. Ivan Jorge Ribeiro, responsável pelo surgimento do Centro Médico Hiperbárico de São Paulo, vê a chuca de maneira mais inofensiva. "O principal problema é na utilização da água clorada, que destrói a flora intestinal, mas a utilização de água doméstica para uma limpeza usual [...] não acarreta problemas".

Para Ribeiro, o ideal mesmo seria fazer a chuca com água e uma pitada de sal ou com uma solução de soro caseiro, pois o sal ajuda a puxar mais água das paredes do intestino, hidratando o reto e facilitando a limpeza dos poros (!).

Sem excessos

Quanto à frequência e quantidade, vale o ditado: tudo que é demais faz mal. "Não é recomendado usar muita água de uma só vez", alerta o Dr. Ribeiro. "Algumas pessoas [...] deixam a água entrar até sentir dor, para, então, evacuar, mas muita água pode romper o intestino. A dor já é indicativo desse rompimento [...]. O ideal é utilizar entre meio e um litro de água apenas".

A água em excesso também pode causar dificuldade em reter as fezes ou o contrário: o intestino pode se acostumar com a chuca, ficar "preguiçoso", e a pessoa passa a não conseguir mais evacuar normalmente. Pelos mesmos motivos, a chuca diária também não é recomendada.

Uma alta frequência também pode perturbar a flora intestinal, resultando em diarreia e infecções, ou causar alteração na concentração de substâncias que conduzem corrente elétrica no corpo. É o desbalanço eletrolítico, que pode até causar a morte. Alguns sintomas dessa "overdose de chuca" são tonturas, suor e vômitos. Se isso começar a lhe acontecer sem motivo aparente, procure um médico.

Chucas gourmet

Curiosamente, muitos médicos que trabalham com medicina natural utilizam enemas com propósitos terapêuticos ainda hoje. São as "chucas chiques", de água com ervas, leite, mel e outros ingredientes. Até café!

O Dr. Góes, da Unicamp, defendia que esses tratamentos naturais carecem de comprovação científica e deviam ser considerados por conta e risco do profissional e do paciente.

Mortes relacionadas a enemas já foram registradas. No Texas (EUA), em 2005, uma mulher de 42 anos foi presa após fazer uma chuca de conhaque (!) no marido – e matá-lo. Em resumo: chuca che te fa bene! Mas não se empolgue demais...

Pró-Conceito de Gays e Lésbicas: um capítulo esquecido

  • Por João Marinho

Índice

Estamos no dia 8 de agosto de 2010, pouco mais de um ano depois que a imprensa gay nacional noticiou a vitória das lésbicas Valéria Melki Busin e Renata Junqueira de Almeida, na Justiça, contra a RedeTV!, que veicula o programa Superpop, de Luciana Gimenez. A sentença foi proferida no dia 8 de julho de 2009, segundo informações d'A Capa (http://acapa.virgula.uol.com.br/site/noticia.asp?codigo=8852), ou seja, estamos exatamente 13 meses depois dessa vitória histórica de militantes contra desmandos de nossa tevê aberta.

Os fatos, de maneira resumida: em março de 2002, Valéria e Renata foram convidadas pelo programa Superpop para darem uma entrevista sobre direitos, preconceitos e problemas enfrentados por casais lésbicos no Brasil após aparecerem em uma reportagem da revista Elle, assinada pelo jornalista Mário Viana. Concordaram de bom grado e, ao chegarem aos estúdios, descobriram que não era uma entrevista, mas um "debate" sensacionalista, um "barraco" armado, no qual teriam de enfrentar, sem direito à defesa ou preparo, um advogado fundamentalista e homofóbico sobre um tema a respeito do qual não tinham sido previamente informadas. Os detalhes estão em um artigo escrito pela própria Valéria para o Observatório da Imprensa (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/cadernos/cid200320022.htm), e ensejaram a ação judicial contra a RedeTV! vencida, em primeira instância, em 2009, por meio da assessoria do advogado Eduardo Piza Gomes de Mello, do Instituto Edson Néris.

O que muitos não sabem, porém, é que essa ação judicial não foi a única consequência do desrespeito de que foram vítimas Valéria e Renata no Superpop – e, aqui, passo a narrar em primeira pessoa, em termos de estilo e também no que diz respeito à interpretação dos eventos, um capítulo algo desconhecido ou pouco lembrado da militância gay nacional do qual acabei por tomar parte.

Na sequência da famigerada participação do então casal no Superpop, a militância LGBT paulista ficou furiosa. Não sei dizer se o Fórum Paulisa LGBT existia naquela época – mas soube que foi uma reunião similar, da qual participaram diversos militantes do Estado, que resolveram dar um "basta" aos desmandos e ao descaso com que a mídia vinha tratando assuntos LGBTs e "contra-atacar".

A resposta: realizar um trabalho focado que interferisse para que os assuntos LGBTs pudessem ser abordados com mais respeito e informação. O trabalho começaria com uma proposta ousada: realizar um monitoramento da mídia, a fim de tabelar e verificar quais os programas mais problemáticos e ter um dado objetivo sobre a questão que embasasse futuras estratégias de intervenção. Para o estudo de monitoramento, foi, então, lançado um convite para voluntários, publicado no site Mix Brasil, convidando para uma reunião na livraria Futuro Infinito – uma livraria, que infelizmente não existe mais hoje, no bairro dos Jardins, em São Paulo/SP, especializada em livros GLS.

Nesse ponto, começo a tomar parte da história.

Em 2002, eu estava entrando no meu segundo ano de namoro/casamento que durou sete anos e também no segundo ano de minha faculdade de jornalismo. O tema "mídia" evidentemente me atraía, e conforme ia me inteirando mais de coisas sobre as quais nunca havia pensado e que tive de enfrentar com o casamento – notadamente, na área de direitos gays (que não existiam, digamos assim), fui me interessando em contribuir com alguma coisa para ajudar a situação de gays e afins a melhorar.

Quando vi a convocação do Mix Brasil, não tive dúvidas: uma forma de ajudar na área profissional que eu tinha escolhido: mídia, comunicação. Compareci, então, à reunião na Futuro Infinito.

No entanto, logo veio uma decepção que critico até hoje quando menciono o assunto. Não sei se por falta de articulação, de interesse ou mesmo porque a indignação dos militantes durou apenas o período daquela reunião que resultou na convocação. O fato é que, no dia da reunião na Futuro Infinito, nem mesmo um único militante que tinha dado a ideia do monitoramento ou se indignado com o respeito sofrido por Valéria e Renata apareceu. Ninguém.

O único que sabia algo mais era Sergio Miguez. Que, no entanto, não era militante – mas então proprietário da Futuro Infinito, que gentilmente fornecera o espaço para a reunião. Além dele, meia dúzia de pessoas bem-intencionadas que nunca haviam militado e estavam ali para dar sua contribuição a um estudo que consideravam relevante – e que descobriram, algo surpresas, de que o tal estudo, que foram levadas a crer que já estava planejado, simplesmente não existia. Não passava de uma ideia que alguém deu numa reunião.

Contra o indicado, a meia dúzia de pessoas, todas virgens de militância, resolveu, porém, seguir adiante com a ideia, e as reuniões continuaram.

Não me lembro de todos que passaram por elas, pois alguns sumiram e foram sendo substituídos, mas houve quem, anos depois, veio a ter um envolvimento mais intenso com a militância ou áreas correlatas.

Além de Sergio Miguez, que chegou depois a trabalhar como editor na G Magazine, havia, por exemplo, Fabrício Viana, hoje autor do livro O armário e que, em 2003, criaria, com a ajuda de amigos, o site Armário X (www.armariox.com.br), que permanece no ar até hoje.

Eu, que, por sinal, conheci Fabrício por conta da Pró-Conceito, tomei parte do projeto Armário X, que aqui merece um parênteses devido aos créditos e às pessoas que passaram por ele.

Dele, por exemplo, participaram Washington Calegari, jornalista que hoje é responsável pelo SPTV, da Rede Globo, e que chegou a ser coordenador num período em que Fabrício precisou deixar o projeto por problemas pessoais.

Valmir Júnior também esteve no Armário X. O nome talvez não seja conhecido de todos, mas ele simplesmente foi editor da revista DOM – na verdade, a própria revista surgiu a partir de um projeto seu. Erik Galdino, que trabalhou no Mix Brasil como webmaster e repórter, hoje é webmaster do Disponivel.com e também esteve no Armário X. Outro nome que merece citação – e vou pedindo perdão a outros que não citei, pois não foram poucos os que contribuíram e podem ser conferidos no próprio site – é o psicólogo João Pedrosa, que lançará um livro sobre homossexualidade mês que vem e hoje é mais conhecido por responder dúvidas no site A Capa

Marco Antonio García também esteve no Armário X. Ele, que foi entrevistado pelo site Mix Brasil e se apresentou como gay e evangélico, fundou a lista de discussão GospelGay. Precisou afastar-se, e eu e o teólogo Renato Hoffmann, assumimos a lista que existe até hoje e que originou um blog de sucesso: o Gospel LGBT (o nome foi atualizado): http://gospelgay.blogspot.com/

Cristiane, Alessandra, Renato, Marcus... Foram muitos os nomes que participaram como coordenadores do Armário X. E outros tantos como colaboradores especiais, como o psicólogo Klecius Borges.

Voltando à nossa história inicial, foi Fabrício Viana que batizou o que viria a ser uma nascente ONG: Pró-Conceito de Gays e Lésbicas, que também revelou muita gente boa. Nina Lopes, que, este ano (2010), esteve como DJ na abertura da Parada Gay de São Paulo, também apareceu por lá e esteve conosco e foi responsável por apresentar o projeto de um site. Tínhamos Alessandra, uma hétero que simpatizava com a causa. Alessandro, com quem hoje não tenho mais contato; e Felipe Berlim, que, comigo, escreveu o Guia para Jornalistas e Redatores, a única ação efetiva surgida da Pró-Conceito, que até hoje se encontra no ar (http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/didaticos/Guia_para_Jornalistas_e_Redatores.htm), além de outros de que não me recordo.

Sergio Miguez foi eleito o primeiro presidente da então ONG, mas teve de se retirar pouco tempo depois por problemas pessoais que, inclusive, resultaram no fechamento da Futuro Infinito. O estímulo que eu dava para os outros participantes continuarem me jogaram "na fogueira": acabei sendo escolhido para substitui-lo. Na minha cabeça e na cabeça dos membros, havia uma ONG nos moldes da famosa GLAAD - Gay & Lesbian Alliance Against Defamation, dos EUA, que faz um trabalho primoroso e reconhecido de intervenção na mídia.

Infelizmente, porém, as chances estavam contra nós – e, aqui vai uma outra crítica à militância, nos faltou apoio. Éramos todos bem-intencionados, mas inexperientes, e simplesmente não tínhamos ninguém com envergadura acadêmica suficiente para levar o estudo adiante: um sociólogo, por exemplo. Enquanto isso, víamos a expectativa em torno do estudo aumentar. A Pró-Conceito e o estudo de monitoramento foram noticiados em veículos de grande circulação. Acumulamos um clipping exemplar, recebemos contato do exterior, dos EUA, do Equador... E tudo aquilo começou a tomar um tamanho tão grande que pessoas inexperientes não tinham como lidar.

Enquanto isso, a militância paulista, que lançou a ideia e acabou deixando conosco a batata-quente, jamais nos foi dar uma mão. Nós tampouco tínhamos onde pedir ajuda: éramos virgens, como disse, e simplesmente não sabíamos o caminho das pedras ou onde encontrá-la.

Uma tentativa aconteceu por meio da listaGLS. Foi-me indicada essa lista para encontrar militantes experientes, que poderiam nos ajudar, e foi quando eu me filiei a ela. Alguns meses depois, já tinha travado contatos amistosos com gente como Luiz Mott, Beto de Jesus e o proprietário, Roberto Warken. Cheguei, posteriormente, a até mesmo ser um dos moderadores da mesma, posição de que já não desfruto há alguns anos.

O problema é que, apesar desses contatos, já era tarde demais. O estudo não saía (o que era complicado frente às expectativas), começou a ser difícil acionar colaboradores que tinham se oferecido para nós, a equipe se desmotivou. No começo de 2003, quando Fabrício Viana inaugurou o Armário X, a Pró-Conceito de Gays e Lésbicas já tinha se desintegrado, sem ao menos ter obtido um CNPJ :( .

Nosso trabalho, porém, rendeu frutos a longo prazo. Além de ter revelado boas pessoas que ainda hoje trabalham com a questão LGBT, em diferentes áreas, rendeu um Guia que se tornou embrião de outros trabalhos posteriores. Escrito por mim e por Felipe Berlim e revisado pela equipe da Pró-Conceito, o Guia para Jornalistas e Redatores foi traduzido e adaptado para o espanhol pela organização QuitoGay, que também lhe adicionou dados e texto. No Brasil, foi usado como base para um trabalho de graduação de uma militante do grupo Estruturação, de Brasília/DF, do Welton Trindade, que o atualizou e fez um excelente trabalho. Seu último filhote foi ter sido uma das bases para o Manual para a Mídia da ABGLT, lançado ano passado (2009). Nada mal para uma ONG que não deu certo ;).

O trabalho das pessoas que citei, muitos conhecem hoje em dia – mas ele começou lá em 2002, quando éramos virgens e ilustres desconhecidos de uma ONG que não vingou. E eu, que até já fui acusado de jamais ter sido um "militante orgânico", vejam só... Até presidi uma ONG! rs.

De minha parte, a experiência com a Pró-Conceito rendeu frutos pessoais importantes. Conheci pessoas maravilhosas, e, como jornalista, acumulei fontes que se revelariam importantíssimas para minha função atual, como editor da revista Sex Boys. Verdade que nunca mais participei de nenhuma ONG como membro, mas tenho cá algumas ações que contaram com minha colaboração, especialmente ligadas à ABGLT.

A pedido de Toni Reis, escrevi de comunicados a ofícios. Participei da revisão do citado Manual da ABGLT, cuja revisão final ficou a cargo de Ferdinando Martins e o trabalho de edição de Liandro Lindner. E, assessorando o excelente advogado Carlos Alexandre, do Rio de Janeiro, tomei parte das ações que resultaram no processo da ABGLT contra a psicóloga fundamentalista Rozangela Justino. Uma de minhas ações foi realizar o abaixo-assinado com psicólogos de todos os Conselhos de Psicologia do Brasil. Isso, claro, além de não deixar de exercer uma função ativista como jornalista, além do trabalho que desempenhei no Armário X, o único site que conheço no Brasil a estimular a "saída do armário" (sem deixar de contemplar pais e amigos).

Resolvo contar essa história primeiro para fazer jus a muita gente boa que hoje ajuda a militância, milita de forma individual e/ou tem ações que se tornaram relevantes para muitos LGBTs (o número de pessoas que a lista GospelGay já ajudou é inestimável), alguns dos quais participam de listas de discussão sem que ninguém saiba sua origem.

Segundo, para mostrar, num período em que a renovação da militância está novamente em pauta, que, SIM, é possível atrair gente nova. Eu fui um dos atraídos, afinal. Basta apenas que, uma vez atraída essa gente nova, se dê apoio, que se compartilhe experiência e se dê espaço para que ela possa crescer e frutificar: coisas, que, infelizmente, faltaram quando da existência da Pró-Conceito.

É isso.

João Marinho

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

México: casamento gay é constitucional

Agência Estado

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MÉXICO - A Suprema Corte de Justiça do México considerou constitucional, esta quinta-feira, uma lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo na capital federal mexicana, rejeitando, assim, uma demanda do governo federal, informou uma fonte judicial.

O tribunal ratificou a constitucionalidade da norma por oito votos a favor e dois contra.

A lei, aprovada em dezembro do ano passado pelo Congresso da Cidade do México, e que entrou em vigor em março deste ano, havia sido questionada pelo governo federal por considerar que viola os direitos fundamentais das crianças que podem vir a ser adotados por estes casais.

O juiz Fernando Franco explicou que a decisão de rejeitar a demanda foi tomada após se considerar que "a procriação não é um elemento essencial do casamento".

Caso Bruno: A igreja evangélica é medonha!

Desfecho-do-caso-Bruno

Das páginas policiais dos noticiários de todo o Brasil, aos blogs da suposta fé reformada, ou neopentecostal, tanto faz! Aliás, os defensores da fé reformada bebem das águas que jorram das fontes sensacionalistas, com uma suposta crítica contra movimentos de renovação, mas que no fundo se alimentam do mesmo fundamentalismo básico e conceito segregado último comum às vertentes da fé cristã majoritária.

Assim, li estarrecido, nas redes de blogs evangélicos reformados e neopentecostais, o caso do goleiro Bruno, supostamente, acusado pela polícia civil de ter assassinado sua ex-amante, Elisa Samúdio, e jogado seus restos mortais aos cães.

Tudo começou quando o pastor da Igreja Batista do Getsêmani resolveu revelar a sua platéia, numa de suas conferências, como era o Bruno, em sua adolescência, freqüentando a Igreja Batista e se recusando a batizar! A conclusão medonha foi:

“... Ele rejeitou a Jesus e sua vida foi destruída pelo pecado”.

Assim, um dos blogs que integram essas redes cristãs, onde uma denominação fala mal da outra, e no fundo todas são farinhas do mesmo saco, declarou:

“...O futebol lhe trouxe dinheiro e fama, e agora se for condenado, irá passar uma boa parte de sua vida atrás das grades. Que Deus tenha misericórdia de nossos jovens, para que nenhum deles se afaste de Jesus, mas que a cada dia tenham a sua fé firmada nEle. Decida-se por Cristo, enquanto há tempo. O diabo vem para roubar, matar e destruir. Jesus veio para lher dar vida, e vida em abundância (João 10:10) (sic).”

Ainda, o blog concluiu:

“Em uma das cenas, o ‘amigo’ do Bruno, conforme relato da reporter traz em seu braço direito uma tatuagem com a seguinte citação da Palavra do Senhor – TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE – ficando bem claro que Bruno ao pedir uma Bíblia e macarrão exibindo esta tatuagem, tinham conhecimento da Palavra de Deus e portanto não estão inocentes do momento que estão passando, pois em algum instante de suas vidas alguem falou do amor de Deus, através do Senhor Jesus para eles, e não deram crédito e estão sofrendo as consequencias (sic).”

Caro leitor, eu tenho medo da igreja evangélica e o rumo em que a mesma se conduz. Eles são mestres em acusar, tudo e todos, a qualquer tempo e momento. São preconceituosos e, principalmente, acham que podem falar de todas as coisas, livremente e sem conseqüências para eles.

Bruno vem sendo acusado pela polícia, que no conjunto probatório do inquérito lançou mão de provas insólitas, sem substância lógica, querendo provar pela materialidade indireta, que na sistemática final, não se sustenta no corpo probandi último. Nosso Direito é regido pela inocência presumida dos cidadãos, até que se prove o contrário. Em dúvidas, o réu deve ser considerado inocente: in dubio pro reo. Bruno ainda não foi julgado e, portanto, ele é inocente até que se prove o contrário, vem sendo acusado pela polícia, mas é inocente até o dia em que a justiça se pronunciar sobre esse caso, tendo-o por culpado, ou não. Ainda, nossa constituição lhe garante a plena defesa, a paridade das armas, o contraditório, o devido processo legal, sendo passível de responder juridicamente, quem não respeitando a presunção de inocência se manifestar, sem provas,  condenando-o.

A igreja evangélica, entretanto, já julgou e o escurraçou e agora explora sua imagem no sensacionalismo da fé para com suas esquizofrenias divinas angariarem mais dízimos e fiéis às filas de suas bancadas, embasbacando o povo e engordando as contas bancárias pastorais. A igreja evangélica é MEDONHA!

Proibição do casamento gay é considerada ilegal na Califórnia

AFP - Agence France-Presse

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LOS ANGELES - A Corte Federal de San Francisco considerou nesta quarta-feira que a proibição do casamento homossexual na Califórnia, aprovada por referendo em 2008, é "inconstitucional", o que representa uma vitória para os defensores dos direitos dos gays, informou a Corte.

A decisão do juiz federal, Vaughn Walker, chega oito meses depois das primeiras audiências de um julgamento polêmico que durou várias semanas em que defensores e opositores do casamento gay confrontaram-se.
A ação foi impetrada por um casal de lésbicas que questionava a Proposta 8, cuja aprovação em novembro de 2008 por 52% dos californianos anulou a decisão da Suprema Corte de Justiça do estado que autorizava os casamentos gays, ao considerar discriminatória sua proibição, além de contrariar a Constituição americana.

Os defensores da Proposta 8, por sua vez, afirmaram que os eleitores já tinham se expressado e que nada deveria colocar a proibição em questão.

A decisão da Corte Federal de San Francisco representa uma nova mudança que poderá levar este tema para a Suprema Corte dos Estados Unidos.

Atualmente, os estados do país que autorizam os casamentos homossexuais são: Iowa (centro), Connecticut, Massachusetts, Vermont, New Hampshire (nordeste) e a capital federal, Washington.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Padres italianos e o mundo gay

padres

A nova edição da revista italiana Panorama publicou a matéria de capa intitulada As Noites Selvagens dos Padres Gays, na qual mostra a vida dupla de três padres, que vivenciam os afazeres religiosos de dia e à noite a vida gay em bares de sexo e envolvimentos com homens.

Segundo o periódico, para fazer a reportagem investigativa, o repórter Carmelo Abbate se infiltrou com um homem gay na vida dos sacerdotes durante 15 dias. Com isso, conseguiram gravar cenas dos padres em um bar de sexo e ainda uma cena de sexo com o gay contratado pelo Panorama.

Na reportagem, os nomes e os rostos dos padres são preservados. No entanto, a matéria revela que os padres têm 35, 40 e 50 anos. Os encontros aconteceram em um bar de freqüência gay no bairro de Testaccio.

O padre que se envolveu com o gay contratado pela revista foi o de 35 anos, que teve dois encontros com o sacerdote. Em um deles, logo após uma noite de amor, o padre se paramenta para celebrar a missa logo de manhã. Em uma conversa com o repórter no bar gay, o padre comenta que 98% dos seus amigos da congregação sabem que ele é gay.

Defesa do Vaticano – Após a divulgação da matéria, o Vaticano divulgou uma nota acusando a revista de sensacionalista. De acordo com a agência Ansa, o Vaticano afirma que as informações da reportagem “parecem carentes de provas concretas e circunstanciais". Conforme a nota, trata-se de uma estratégia para macular a imagem do Vaticano. "Em se querendo analisar um assunto tão delicado e complexo como a sexualidade dos padres, uma reportagem de 15 dias seria insuficiente, ainda que realizada com todo cuidado possível", conclui a nota.

   Fonte: TVHG