sexta-feira, 4 de julho de 2008

Quando um grande amor se vai...

Hoje estive só, e confesso que, por mais rodeado de pessoas que se possa imaginar, estou só. E tem sido assim há um bom tempo! No começo tudo era tão perfeito, por mais imperfeições contidas, um único desejo, ainda que tácito, ou silencioso: ser amado como estava amando. No começo tudo era ilusão. O mundo respirava seu perfume, sua voz era ouvida, mesmo quando somente o olhar dizia...

Estar perto era mágico... Diante de sua presença não havia mais nada, mais nada que pudesse interessar, ou despertar à atenção voltada a uma entrega, pois tudo já era, docemente, ofertado à sua pessoa.

De súbito, a realidade foi se fazendo cruel, ou meramente percebida. Tudo era uma questão de leitura, ou de saber interpretar os fatos. Alguém um dia afirmou: "o amor é cego!", ou cegas seriam as pessoas que dele desfrutam? Sua presença, ainda que desejada, era negada! Conscientemente negada, perversamente proibida a mim. Por mais que se pedisse motivos, a única razão era o silêncio, ou olhar interpretado, erroneamente, cediço.

Desejo proibido, mas quem o tornou defeso? A própria sedução, ou seria o narcisismo? Ainda, o sadismo... Quem poderia intervir para ajudar, o fez, mas não com indulgências, e a única intenção se refletiu na destruição... Quebraram, quebraram, aquilo que não tem conserto! Nem o tempo restaura, às marcas ficam, e as cicatrizes são doloridas. Eis o meu coração, eis o teu coração! (vide cor meum... vide cor tum!).

Foi assim que o perdi... Mas, de fato, pode-se perder algo que não se tem? Pode! Pode se descobrir que não se possui aquilo que se imagina possuir. Eis a perda, a perda de si...

E na noite de 25 de setembro de 2007, com pesar eu o vi se afastar de mim, a alegria se tornará amaríssimo pranto. Amargas foram as lágrimas, lágrimas de um coração ardente, consumido por um silencioso amar...

Veja o meu coração;
Veja o meu coração;
Meu coração...

Assentado chorei, caminhando choro, dormindo derramo meu pranto. Hoje estive só, e confesso que, por mais rodeado de pessoas que se possa imaginar, estou só. Eis o homem quando um grande amor se vai!

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