quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009- Mensagem Gospel LGBT

“Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?”
Sl 116.12

A pergunta do salmista deveria ser a pergunta de todos nós no dia de hoje! Dia de celebração da renovação do tempo em nossa vida, a chegada de um novo período de tempo que chamamos “ano”.

Claro que “ano”, “mês”, até mesmo o período de 24 horas que chamamos de “dia” são construções humanas, realizadas na História. Contudo, nós nos apropriamos desse “jeito” de contar nossos dias e separamos alguns deles como símbolos de renovação, períodos nos quais fazemos propósitos, datas que paramos para meditarmos acerca da existência de todos nós. 31 de dezembro para os que vivem numa cultura cristã é uma dessas datas cheias de significado. Acabei de ver pela TV a comemoração da virada do ano na Nova Zelândia, primeiro lugar do mundo que “viu” 2009 chegar. Muitos fogos de artifício, pessoas vestidas de branco, símbolo da paz, congratulando-se uns aos outros pela chegada de mais um ano! A cena se repetirá por muitas e muitas cidades ao redor da Terra hoje, todos envolvidos num grande ritual, celebrando o “novo tempo”.

Para os cristãos e cristãs o 31 de dezembro é data de olhar pra trás e agradecer pelas lutas, pelas vitórias, pelas bênçãos, pelas aprendizagens, pela comunhão, pela força e fé e por tudo o que nos aconteceu nos 365 dias que ficam para trás. É dia de nos ajoelharmos na presença de Deus, em comunhão uns com os outros, pedindo que Deus abençoe os dias que virão, o ano de 2009. Em muitas congregações os irmãos e irmãs “rompem” o ano juntos, após a celebração da Santa Ceia, de joelhos, rogando as bênçãos dos céus e agradecendo por tudo o que passou.

Por tudo o que o dia 31 de dezembro simboliza para nós, cristãos e cristãs leitores deste blog, a pergunta do salmista que abre este texto tem por objetivo nos lembrar as bênçãos, a proteção, os livramentos, as misericórdias, as lutas vencidas, as lutas perdidas, a força, a saúde, o vigor, as provações, enfim, tudo o que Deus permitiu que vivêssemos em 2008: o que daremos ao Senhor por todos os benefícios que Ele nos tem feito? Como retribuir ao Senhor por cada manhã, pelo pão de cada dia, pelo sono revigorante, pelo trabalho, pelos amigos que permanecem conosco, pelos outros que conquistamos, pela saúde, pela família, pelo relacionamento afetivo, pela sabedoria que progrediu, enfim, por tudo o que de “bom” Ele nos concedeu neste ano que passou?

Como retribuir ao Senhor pelas oportunidades que Ele nos concedeu e que nos fizeram crescer como gente e nos tornarmos mais experimentados na vida? Sim, porque o que nós sofremos, seja enfermidade, sejam rompimentos de vínculos humanos, seja a falta de um emprego que nos sustente, seja o que for que chamamos de “negativo” (por que gostamos tanto de sistemas binários?) tudo o que nos ocorreu, foi, permissão de Deus. Não sei vocês, mas comigo, sempre que passo por lutas e provações, saio delas mais experimentado, mais adulto, mais forte, mais firme na fé! Foram vários os dias ao longo de 2008 que “briguei” com Deus, lançando-lhe perguntas como as perguntas de Jó e dos salmistas. Todas elas não foram afrontas ao Senhor, mas questionamentos legítimos de quem, de alguma forma, sofre na existência e Ele me respondeu! Me respondeu com força, com vigor, com discernimento, com gana, com mais amor pela vida! Eu creio na pedagogia de Deus e creio no Amor de Deus. Assim sendo, eu creio que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam o Senhor, conforme nos ensinou o Apóstolo Paulo.

Como retribuir tudo isso ao Senhor? Com gratidão! Sim, com aquele sentimento que chamamos de louvor que também é uma atitude. Gratidão é o único sentimento que pode subir e se instalar num coração que sabe que todas as coisas que Deus permitiu foi bênção para nós. Tudo o que nos veio em 2008, assim como o que nos virá em 2009, é Graça de Deus em Cristo. É favor imerecido, é bênção sem barganha, é presente! Tudo! Só posso responder à Graça que me alcançou sendo grato!

Você que lê este texto no último dia do ano de 2008 ou nos primeiros dias do ano de 2009, deve fazer a mesma pergunta a si mesmo: que darei eu, como retribuirei ao Senhor pelos benefícios que Ele me concedeu? Chame à memória o que pode te dar esperança hoje e lembre-se dos 365 dias do ano que passou e de tudo o que te aconteceu ainda que você chame de “negativo” o que pra alguns é “bênção disfarçada” pois é oportunidade de crescimento como gente. Lembre-se da fidelidade Dele para contigo e tua casa. Lembre-se do consolo, da coragem, da força, do destemor, dos desafios, enfim, de tudo o que você viveu e seja grato a Deus por tudo!

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.36)

Feliz 2009 para você e sua família! Muitas bênçãos no ano que se inicia!

Pelos Laços do Amor,

Reverendo Márcio Retamero – Comunidade Betel do Rio de Janeiro
www.betelrj.com

HAPPY NEW YEAR

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Vaticano em recessão?

Papa perde audiência e Vaticano fecha no vermelho

Wálter Fanganiello Maierovitch
Especial para Terra Magazine

Logo depois da morte de Wojtyla e com Ratzinger a ocupar a cadeira de Pedro com o nome de Bento XVI, uma "batina anônima" profetizou, - numa conversa que mantivemos entre o Castel Sant'Angelo e um bar-café da praça Cavour--, que o novo papa não conseguiria empolgar como o carismático antecessor.

Num primeiro momento, tive a sensação de ter o meu interlocutor dito uma obviedade. Ratzinger havia saído da direção da "Propaganda Fide", órgão antes denominado de "Santo Ofício" e já conhecido como tribunal da Inquisição. Lá, tinha se notabilizado, - e basta lembrar do sucedido com Frei Leonardo Boff -, pela volta ao fundamentalismo interpretativo e ao obscurantismo dos tempos do Medio-Evo, como se nota, agora mais claramente, pelo seu pontificiado.

No entanto, o inesperado aconteceu. Ratzinger não perdeu audiência. Nos primeiros doze meses do seu pontificiado (24/4/2005 a 23/4/2006), conseguiu mobilizar 4,0 milhões de ouvintes e logrou suplantar o arregimentado no último ano de governo do debilitado Wojtyla.

O certo é que o carisma Wojtyla ainda contagiava os fiéis. Tinham curiosidade no sucessor, embora todos, até as colunas de Bernini que abraçam a piazza San Pietro, soubessem que a mesma linha de governo da Igreja, conservadora e reacionária, permaneceria com Ratzinger. Pelas mudanças normativas introduzidas, Wojtyla já havia ungido Ratzinger: para os crentes, é o Espírito Santo que escolhe o papa e os presentes na Capela Sistina são meros instrumentos da vontade divina.

Apesar do sucesso da viagem apostólica aos EUA, o papa Bento XVI perdeu platéia em 2008. Segundo cálculos oficiais provenientes do palazzo Apostólico, o papa perdeu 0,5 milhões de participantes nas audiências, encontros, incluídas as bênçãos para o mundo (urbi et orbe), da janela do dormitório papal.

Neste ano de 2008 e até 29 de dezembro, 2,5 milhões de fiéis e peregrinos estiveram a ouvir o papa Ratzinger. De se recordar, conforme consignado acima, que nos primeiros doze meses de pontificado, o papa teve uma platéia de 4,0 milhões de pessoas.

Por outro lado, o Vaticano está a fechar as contas no vermelho, como já sucedera em 2007. Nem no período de crise sob o pontificado de Wojtyla, quando o cardeal Marcinkos envolveu-se na quebra do banco Ambrosiano e manteve ligações negociais com Michele Sindona, apelidado de banqueiro de Deus e da Máfia, e Roberto Calvi, o Vaticano passou por momentos de desequilíbrios financeiros como os sentidos em 2007 e 2008.

Da administração vaticana, já foi dado o recado para 2009: corte de gastos e reduções nas remessas de ajuda pecuniária a cardealatos e bispados. O recado foi dado pela voz do cardeal Paul Cordes: - "Sentimos a crise. Não temos recursos como antes. Agora, devemos refletir mais como buscar fundos".

PANO RÁPIDO. Talvez com orações, o papa Ratzinger recupere audiência e um milagre poderá ajudar no aumento do pib-vaticano.

Wálter Fanganiello Maierovitch é colunista da revista CartaCapital e presidente do Instituto Giovanni Falcone (www.ibgf.org.br).
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sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Deputado Federal questiona distribuição de lubrificantes pelo governo para homossexuais

O deputado federal Miguel Martini entrará com uma representação contra o edital nº 142/08 do Ministério da Saúde que prevê a compra de 15 milhões de gel lubrificantes à base de água, que seriam distribuídos para homossexuais. O parlamentar acredita que esta é uma conduta equivocada, pois a distribuição de lubrificantes é uma demanda para pessoas que não correm risco de morte.

“A justifica para a compra seria dar mais conforto na relação sexual entre homossexuais. É um exagero, já que, ao mesmo tempo que é lançado este edital, o Ministério vem cortando verbas para cirurgias que são prioridade para a população brasileira”, explica o deputado.

Ivo Brito, coordenador da área de prevenção do programa DST/AIDS do Ministério da Saúde, explica que este edital é lançado desde 2002 e a distribuição de lubrificantes é uma medida de prevenção a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). “O gel lubrificante é distribuído entre grupos mais vulneráveis a DSTs e AIDS, como homossexuais, travestis e profissionais do sexo. Ele é usado durante o sexo anal como um coadjuvante, para evitar o rompimento do preservativo e a transmissão de doenças”, explica.

O gel lubrificante também é distribuído para mulheres acima de 49 anos, que apresentam queda na lubrificação vaginal por causa da variação hormonal, característica na menopausa. Nesses casos, a justificativa da compra do Ministério da Saúde é para a melhora do conforto dessas mulheres na relação sexual.

No último edital lançado em 2007, foram adquiridos 7 milhões de sachês de gel lubrificante contendo 5 mg cada a um valor de R$ 0,14 por sachê, num gasto total de R$ 980 mil reais. Ivo explica que o número pode parecer grande, mas é insuficiente para atender a demanda. “A estimativa do Ministério da Saúde é de que a demanda seja de 20 milhões de sachês por ano, baseado nos dados demográficos, daí termos aumentado para 15 milhões o número de sachês no edital de 2008”.

Ivo adianta que a uma expectativa de queda no valor do sachê entre 30 e 40% no edital a ser lançado em 2009. “Com o desenvolvimento de um gel lubrificante por Farmanguinhos, da Fiocruz, o Ministério pretende transferir a tecnologia para o LASEPE, Laboratório Farmacêutico do governo de Pernambuco, e, com isso, ter uma queda no valor unitário dos sachês”.

Fonte: Portal UAI

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL- GOSPEL LGBT

O mais humano entre os homens

É Natal, data festiva religiosa, que celebra o nascimento de Jesus, essa pessoa ímpar, mas neste momento gostaria de propor falarmos dele sem todas as imaginações ou construções teológicas que ao longo dos tempos se produziram ao seu respeito.

Sabemos que a religião e as igrejas fizeram de Jesus uma religião, mas, qual era a religião de Jesus ? Com certeza a mensagem dele está muito além daquilo que a Cristandade propala; Jesus nasceu num contexto histórico propício, como judeu e amante da tradição do mesmo povo. Ele se desenvolveu como qualquer pessoa humana, com aspirações pessoais e sociais, sabemos que foi humilde e herdou de seu pai uma profissão simples, aprendeu a amar a Deus e a procurar viver o bem sempre, como norteava a prática religiosa judaica.

Mas o seu povo sofria, era humilhado pela mão opressora do invasor romano, e de muitas formas o fardo que colocavam sobre aquele povo era duro, o povo queria um alívio, um bálsamo, e suplicavam a Deus por ele, como seria bom se de Deus viesse o Messias, que era uma espécie de libertador social que o povo judeu esperava, muitos diziam que ele viria do céu como se fosse um anjo, outros diziam que esse libertador viria das próprias fileiras de homens comuns da nação judaica. Houve muitos que se levantaram com esse ímpeto, movidos com ardor nacionalista, impulsionados por esse desejo de tornar a vida de seus irmãos mais fácil e feliz e que foram massacrados pelo invasor romano, com certeza o império romano não iria querer entregar facilmente essa parcela do seu domínio.

Jesus aparece nesse mesmo contexto, crescendo em meio às pessoas que se lamentavam do jugo e queriam uma libertação, Jesus não poderia ser insensível a dor que o rodeava e, com certeza, chegou a compreensão que talvez poderia fazer algo por aqueles que sofriam, o messias poderia ser qualquer pessoa, até mesmo ele.

Desejoso desse alívio social para seu povo iniciou sua caminhada, pois ele se preocupava muito com o bem-estar do seu próximo, e ali o vemos, nos lugares ermos, nas favelas, nas aldeias, estava sempre ao lado de quem mais precisava dele. Como ser apático a dor ? Se era tanto o amor que tinha e que o impulsionava como um sentimento de dever, ele sentia que tinha esse dever a cumprir. Mas seus próprios compatriotas, movidos por inveja e por mesquinhez, o entregam à morte, a maldade humana é capaz de fazer isso, de insensibilizar as consciências e fazer com que as pessoas cuspam no prato em que comem, ou mordam a mão estendida.

Da mesma forma, muitos outros não podiam ser indiferentes a dor que os cercava, como Martin Luther King ou Mohandas Gandhi, todos foram impulsionados pelo mesmo espírito e senso de dever, e tantos outros que ousaram se levantar contra o poder estabelecido, como Che Guevara, Oscar Romero, movidos por um grande ideal de bem para todos, a concretização do reino de Deus sobre a terra, poderiam ter renunciado a esse ideal, sabendo dos riscos que corriam, mas o viver sem um sentido não é morte em vida ? Foi por esse motivo que na cruz Jesus morre com um sentimento de dever cumprido, a sua parte Ele fizera, o que lhe dava uma satisfação na alma, uma ressurreição.


Henry Van Dyke foi um teólogo presbiteriano, escreveu um livro famoso, onde ele descreve as andanças de um possível quarto mago que chega atrasado ao encontro com o messias recém-nascido, e desejoso de dar os presentes que tinha, acaba sempre socorrendo com eles pessoas necessitadas que encontrava em seu caminho de procura, ficando sem nenhum, depois de tantos desencontros, fica sabendo que o messias morre na cruz, o que o desaponta, mas eis que o ressuscitado lhe aparece dizendo que recebera todos os presentes, este se surpreende por não entender, quando Jesus lhe diz que toda vez que tinha socorrido alguém, a Ele o fizera.

Jesus era cheio de amor, Deus é amor, logo Jesus é Deus. Neste mundo individualista que desumaniza, é muito bom recordar-nos sempre deste símbolo maior, e como símbolo, que é a prova de reconhecimento entre dois, nos permitirmos humanizar por seu exemplo de amor e consideração pelos demais. Quanto mais amor alguém tem, mais perto está da divindade. Jesus pela verdadeira humanidade que teve, se tornou divino. “Você está disposto a acreditar que o amor é a coisa mais importante do mundo – mais forte que o ódio, mais forte que o mal, mais forte que a morte – e que a vida abençoada que iniciou em Belém 1900 anos atrás é a imagem e brilho do Amor Eterno ? Então você pode manter o Natal”, disse Henry Van Dyke.

Que Jesus nasça em nossos corações para que vivamos essa ressurreição, essa novidade de vivermos pelo nosso próximo, dando mais sentido às nossas vidas, e lembremo-nos, mormente nesta data, que às vezes podemos ferir e matar quem mais quer o nosso bem.

Feliz Natal

Pr Victor Orellana

outrasovelhas@hotmail.com

Noite Feliz

Feliz Navidad

domingo, 21 de dezembro de 2008

Dubai irá deportar 40 turistas gays

Em Dubai, Emirados Árabes, 40 homens gays que foram presos em lugares abertos como shoppings e praias por "atos imorais" tiveram sua deportação ordenada segundo o jornal "Emarat Al-Youm". Em Dubai está acontecendo uma campanha nacional contra a indecência. A maioria dos detidos são turistas ocidentais e asiáticos. Para o comandante da polícia de Dubai, Jassim Khalil, todos devem respeitar a lei do Estado e o custumes da sociedade Árabe.



Fonte: IG
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

De Vitimas a Protagonistas, LGBT são destaques na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos.

Pessoal;

Farei um relato breve da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos que foi aberta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Um momento histórico da democracia brasileira e do exercício da cidadania. Onze ministros de estado estavam presentes. O público refletia a diversidade desta terra chamada Brasil. Índios, negros, brancos, ciganos, pessoas com deficiência, representantes das populações LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Todos liderados pela incendiária Deise Benedito, que representou a sociedade civil na mesa de abertura e levou o público presente ao delírio com o seu discurso para lá de engajado, encerrado com um “Valeu Zumbi".

Participaram da mesa de abertura: Wellington Dias, governador do Piauí; Paulo Octávio, vice-governador do Distrito Federal; Nilcéa Freire, ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM); Edson Santos, ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir); Franklin Martins, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom); Jorge Hage, ministro da Controladoria Geral da União; Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário; Paulo Bernardo Silva, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão; José Gomes Temporão, ministro da Saúde; José Henrique Paim, ministro interino da Educação; Tarso Genro, ministro da Justiça; Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil; e deputado Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados; e o deputado Pompeo de Mattos, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados.


O presidente da República também reforçou a importância de se debater o aborto. “Não se trata de ser contra ou a favor. Trata-se de discutirmos, com muita franqueza, uma questão de saúde pública”, afirmou. Para ele, o Brasil não pode ter medo de discutir assuntos polêmicos como esse.
Lula falou especificamente da hipocrisia que existe na sociedade quando lembrou que varias pessoas aconselharam ele não ir na Abertura da Conferência dos “ companheiros e Companheiras LGBT” (sic). Foi um exemplo de como que precisamos romper com hipocrisia e discutir todos os assuntos.

A comunidade LGBT teve inicialmente pelo nosso levantamento 102 delegad@s, mas na conferência varias pessoas que não estavam na nossa lista compareceram às 4 reuniões convocadas pelo movimento LGBT. Principalmente os LGBT governamentais. Foi muito bonito ver as pessoas levantando as bandeiras do Arco-iris.

Tiramos nas reuniões as prioridades: Aprovação do PLC 122/2006, União estável entre pessoas do mesmo sexo, Processo transexualizador e Nome social para as pessoas travestis e transexuais, também o apoio às reivindicações dos movimentos de Mulheres (o aborto) e dos Afros (a questão das cotas) entre outras pautas levantadas.
Conseguimos 700 assinaturas para a aprovação do PLC 122. Agradecemos todas as pessoas que mobilizaram para isso.

Durante a conferência tivemos gratas surpresas. O Ministério Público nos procurou para apresentar uma carta com as propostas, dentre as quais os Procuradores da Justiça defenderam a aprovação do PLC 122, e a retirada do código 235 do código militar.

Tivemos uma parada LGBT com os 180 delegad@s LGBT durante um almoço. Um sucesso, com as palavras de ordem “ Não Não à discriminação, atrás de Silicone também bate um coração”. E “ Chega de Coió de noite e de dia queremos um Brasil sem homo fobia”.
Foi muito lindo nas 4 reuniões gerais definimos atuação, tiramos comissões de mobilização, agitação e articulação. Todas as redes participaram.

A ABGLT distribui 2000 jornais.

A Campanha não Homofobia, encabeçada pelo Grupo Arco-íris e o Movimento DELLAS apoiada pela ABGLT, distribuiu muitos materiais e dava para ver no peito de todo mundo as praguinhas (botons) dizendo Não homofobia.

Os Stands dos ministérios da Saúde e SEDH foram usados pelo nosso movimento assim como o Stand do Fórum Nacional de Direitos Humanos.

As discussões tiveram 7 eixos que Paulo Mariante magnificamente coordenou esta discussão como representante da ABGLT na comissão organizadora.

Os eixos foram:

1.Universalizar direitos em um contexto de desigualdades;
2. Violência, segurança pública e acesso à justiça;
3. Pacto federativo e responsabilidades dos três Poderes, do Ministério Público e da Defensoria Pública;
4. Educação e cultura em direitos humanos;
5. Interação democrática entre Estado e sociedade Civil;
6. Desenvolvimento e direitos humanos;
7. Direito à memória e à verdade.

Em todos os eixos tínhamos LGBT e no relatório final poderemos ver toda esta mobilização.

Nas propostas de diretrizes fomos contemplados nos diversos grupos. As palavras homofobia, lesbofobia e transfobia, assim como a sigla LGBT apareceram nos diversos eixos. Também conseguimos colocar, em parceria com outros movimentos, a não discriminação às pessoas soropositivas, às prostitutas e as pessoas usuárias de drogas, entre outras. Lembro como se fosse hoje nas primeiras conferências quando alguém falava em Homossexuais falavam em proteger nossos direitos, mas de forma muito vitimista, mas agora monas e amapôs a voz estava conosco. De Vitimas a Protagonistas, LGBT são destaques na 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos.”

As articulações com os outros movimentos estavam muito legais e coordenadas.
Na quarta-feira (17) uma festa cívica inesquecível. Mesmo com uma chuva torrencial, que caiu durante todo o dia, uma multidão aceitou o convite e foi ao Complexo Cultural da Funarte, em Brasília, para o show “Iguais na Diferença – 60 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, e presença do ministro Paulo Vannuchi e toda a equipe.

Queria agradecer todas e todas pelo excelente trabalho que fizemos. Não queria citar nomes, para não cometer omissões. Fico orgulhoso quando vejo o crescimento do nosso movimento e A politização.

A organização foi perfeita. A comissão organizadora está de parabéns.
Para a Comunidade LGBT 2009 temos que nos organizar para fazer nosso advocacy nas Conferências de Educação, Conferência, de Segurança Pública e de Comunicação, entre outras.

Gostaria de agradecer à Coordenadoria da Cidadania LGBT da Secretaria Especial dos Direitos Humanos por ter disponibilizado a sistematização de todas as propostas da primeira Conferência Nacional LGBT, assim como as propostas contempladas no Plano Nacional de Promoção da Cidadania e DH LGBT (que em breve estará em consulta pública).

Perdoem por omissões e agradeço complementos.

Cordialmente

Toni

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

PASTOR EVANGÉLICO É PRESO POR PEDOFILIA EM IPATINGA

Um pastor evangélico foi preso no fim da noite dessa segunda-feira suspeito de ter abusado sexualmente de uma menina de 11 anos em Ipatinga, na região do Vale do Aço de Minas Gerais.

De acordo com militares do 14º Batalhão da PM, o suspeito, de 29 anos, teria dito à vítima que ela deveria acompanha-lo para uma oração, porém ele pediu que ela tirasse a blusa e a calça para que ele a tocasse.

Populares que passavam próximo ao local do suposto abuso, um matagal, teriam visto o suspeito com as mãos nos seios da menina. Assustado ao perceber que havia sido avistado, o homem teria tentado fugir, porém foi preso em um rastreamento realizado na região.

Em depoimento prestados aos militares, o acusado nega ter cometido o crime, mas a vítima afirma que ele a molestou. O suposto pastor foi encaminhado à Delegacia de Polícia da cidade. Não ocorreu estupro, afirma a polícia.

Fonte: Portal O Tempo
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Obama é criticado pela escolha do pastor Rick Warrem na celebração da posse

Grupos defensores dos direitos homossexuais criticaram a escolha do pastor evangélico Rick Warren para celebrar a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. As informações são da rede de TV americana CNN.


Warren, um dos mais influente líderes religiosos dos EUA, atua em questões como redução da pobreza mundial, direitos humanos e aids. Porém, o fundador da Igreja de Saddleback se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao aborto, o que o coloca em posição oposta à maioria do Partido Democrata, em especial a sua ala mais liberal.

Katryn Kolbert, presidente da organização People For the American Way, se disse "profundamente desiludida" com a escolha de Warren e afirmou que Obama deveria ter optado por alguém com "consistentes valores americanos dominantes".

Linda Douglass, porta-voz de Obama, defendeu a escolha de Warren, dizendo: "Esta será a cerimônia de posse mais abrangente, aberta e acessível da história americana".

Warren apoiou a Proposição 8, votada na Califórnia, medida que proibiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Estado. Sua aprovação provocou a ira de inúmeros defensores dos direitos gays. 

Redação Terra

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O meu reino não é deste mundo

Não é apenas uma questão de fé, para algo muito distante da fé, evangélicos desejam dominar o Brasil, não apenas em números de fiéis, mas na representação política e social desta nação. O evangelicalismo, que no discurso de perseguidos, sofredores e mui amados por Cristo, em prol do Reino, entrou na disputa do controle do poder, bem como sua manutenção na mão da igreja denominacional.

O misto de fé e política vem crescendo a cada eleição, e a cada novo convertido às causas da igreja, eles sonham em catequizar a política brasileira em favor de suas ideologias. Entretanto, o projeto evangelicalista não tem um plano social elaborado, pelo contrário, há ausência da fé em ações de combate à fome, de combate à pobreza e à exclusão. O plano evangelicalista está calcado na classe média. Assim, todo tema relevante  dessa classe é refletido pelas igrejas que compõe esse sistema nacional: homossexualidade, aborto, violência, educação etc. Estão na pauta de discussões.

Não se pode mensurar, entretanto, como seria essa participação de forma efetiva. Mas, pensar, ou avaliar, algo semelhante à Igreja Católica é destoante à inserção prática proposta por este movimento religioso (evangelicalista).

Jô Soares ao conversar com o Senador e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, não consegue obter, satisfatoriamente, uma resposta simples à pergunta quanto a homossexualidade: Por que se deixar discriminar o homossexual em sua homossexualidade, sendo essa passível de crítica?

Não se tem respostas, que não seja a manutenção do status quo, ou de uma postura conservadora em busca do alcance do poder, sem contudo, alterar sua esfera ideológica, mas, tão somente, sua administração. Em outras palavras, O Brasil do Senhor Jesus será um Brasil de desigualdades e preconceitos, um Brasil de violência e oportunismos, sem nada alterar o quadro que se tem hoje para melhorá-lo, mas, só então, agravá-lo.

O reino do Cristo não é deste mundo, e sua política desconhece o que se é praticado hoje, ela não se faz em cima de estruturas ou domínios, mas de uma profunda consciência pessoal e renovada pela ação do Espírito Santo, sendo isso fruto do sobrenatural, da graça, da redenção. Somente o homem livre de si mesmo, e de sua alienação pode chamar para si, e se responsabilizar por tal chamamento, o compromisso da comunhão com Deus e com o outro, na inteira e completa doação ao outro, sem se perder, mas se reconhecendo nisso.

Portanto, cuidado com o plano de transformar um Brasil político de Cristo, pois o próprio Cristo desconhece tal ação e sua legitimidade. Cuidado com os evangélicos que assumem as cadeiras públicas em nome de uma transformação radical contra o pecado. Ou das dicotomias da fé, entre o puro e o bom, e o mau e o impuro. Um gesto, de cada vez, de amor e carinho são suficientes, à uma vida inteira, à quem se é praticado.

Os lobos travestidos de ovelhas não se diferenciam no meio, afinal, estão disfarçados, não têm opiniões divergentes; falam a mesma língua, mas no final dilaceram as almas.
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Lei da homofobia e a demagogia cristã

Punido juiz de sentença sobre virilidade no futebol


TJ aplica censura a magistrado por linguagem imprópria



O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, em sessão pública realizada na última quarta-feira (10/12), aplicar a pena de censura ao juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9a. Vara Criminal Central de São Paulo, por impropriedade absoluta de linguagem em sentença: em julho de 2007, ele fez alusão a possível homossexualidade de um jogador de futebol nos autos de uma queixa-crime.

Junqueira Filho havia arquivado queixa-crime apresentada pelo volante do São Paulo Richarlyson contra José Cyrillo Júnior, diretor do Palmeiras. O dirigente havia insinuado em um programa de TV que o jogador seria homossexual. A sentença do juiz provocou polêmica ao afirmar, entre outras coisas, que "futebol é viril, varonil, não homossexual". Na época, o conteúdo da sentença foi condenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência e por ministros do Supremo Tribunal Federal.

No mês seguinte, a Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça de São Paulo (*) abriu procedimento para apurar a conduta do juiz. No julgamento da última quarta-feira, segundo informa o Blog do Sartori, foram votos vencidos o Presidente do TJ, Roberto Vallim Bellocchi, e o desembargador Marco César.

As penas para o juiz poderiam ser: disponibilidade (afastamento com rendimento proporcional ao tempo de trabalho), advertência, censura, remoção compulsória (transferência de local de trabalho) ou aposentadoria compulsória (com rendimento proporcional ao tempo de trabalho). A punição terá efeitos na lista de direito à promoção. Também torna mais grave a penalidade no caso de eventual nova infração. O TJ publica a decisão, sem expor o nome do juiz, divulgando apenas o número do processo.

Em agosto de 2007, o jogador afirmou, segundo a Folha, que o juiz "criou um problema para ele, porque ele é uma pessoa que está lá para julgar dentro da lei um caso de preconceito. Agora ele vai ter de lidar com a Justiça também".

A penalidade aplicada ao juiz é pública, porque não foi imposto segredo de justiça no processo.

Fonte: Folha Online

Shortbus - Sexo, drama e humor

Filme, que causou polêmica em Cannes pelas fortes cenas, estréia nesta sexta em Belo Horizonte
Walter Sebastião - EM Cultura




Shortbus, de John Cameron Mitchell, conta a história de Sofia (Sook-Yin Lee), terapeuta de casais que não é feliz com o marido e esconde dele o fato de nunca ter tido orgasmo. Um casal homossexual, James (Paul Dawson) e Jamie (PJ DeBoy), cliente da doutora, descobre o segredo e a convida para uma noitada em uma boate underground, onde tudo pode acontecer. No lugar, ela vê e ouve de tudo, aprende o alfabeto completo: de a, de amor, a z, de ficar zanzando entre várias coisas, com turma que vive à procura do ponto xis, o grande personagem do filme. Isto é: região enigmática onde coabitam afeto, companheirismo, sexo, felicidade etc.

Tudo o que você já ouviu falar sobre Shortbus é verdade. Especialmente que tem fartas (e fortes) cenas de sexo explícito, motivo que gerou polêmica no Festival de Cannes, onde foi lançado. O filme levou dois anos e meio para ser feito e foi totalmente construído com o elenco. É a segunda obra do diretor independente, elogiado pela ousadia. Sua estréia foi com Hedwig – rock, amor e traição, inspirado no mundo clubber de Nova York, ambiente que, de certa forma, ele retoma agora. E, para ser justo, é bom que se diga que a alta voltagem sexual caminha juntamente com mesma intensidade no plano dramático, e também no de humor (tem cenas muito engraçadas). Os três enfoques se revezam ao longo da trama.

O filme de John Cameron habita o coração de certas questões comportamentais contemporâneas: crise conjugal, carência afetiva, doenças sexualmente transmissíveis etc. Acrescente-se a necessidade de solidariedade, responsabilidade, liberdade pessoal. E, como ninguém é de ferro, de alguma felicidade ou pelo menos de prazer em meio a um mundo estressante. Claro que, como em outros filmes norte-americanos, perguntas difíceis ficam de lado, ainda que, no caso desse longa, não estão escamoteadas. Como, por exemplo, apontar, a todo instante, com e sem ironia, que é bom saber que existe algo depois do sexo, e que isso acaba sendo incontornável.

Shortbus tem qualquer coisa de modernização de antigos filmes românticos, só que com a palavra amor trocada por sexo. Com graça, mas também muita crítica, celebra o “faça amor, não faça a guerra”. É filme extremamente bem realizado, em todos os aspectos, que, passado o choque inicial, flui bem. Se fica alguma ressalva é quanto à manutenção de certos estereótipos. Seja o de que só os gays conhecem bem o assunto ou o fato de apresentar Nova York como cidade ultraliberal. Mas o filme, que tem na abertura e no encerramento uma cidade de papelão, deixa claro estar falando de lugar imaginário. Já houve, basta ler no cartaz, quem considere o trabalho uma utopia pacifista, ou o retrato de certo lugar e tempo.


Assista ao trailer de Shortbus


Fonte: Portal Uai
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Vaticano se posiciona depois de sofrer pressão de ativismo LGBT

O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse hoje que a Igreja Católica Romana é a favor da descriminalização da homossexualidade. As declarações foram reproduzidas pela agência de notícias italiana Ansa.

O clérigo fez a ressalva de que a igreja é contra o casamento gay. "O matrimônio entre homem e mulher é o único que a Igreja apóia e não aceita colocar no mesmo patamar casamentos entre pessoas do mesmo sexo". Ele continua e afirma que a Igreja é "a favor da descriminalização da homossexualidade". "Ela não apóia leis penais que considerem crime a homossexualidade", declarou.

As declarações a partir do porta-voz do Vaticano foram feitas após a instiuição ter sido fortemente criticada por organizações LGBT.

Fonte: A capa
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sábado, 13 de dezembro de 2008

Presidente da ABGLT pede aprovação do projeto que torna crime discriminação contra homossexuais

11/12/2008 - 15h30

[Foto: Toni Reis ]
O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Antônio Luiz Martins dos Reis - Toni Reis -, voltou a defender a aprovação do PLC 122/06, projeto de lei que torna crimes a discriminação e o preconceito contra homossexuais. Ele pronunciou-se sobre o assunto nesta quinta-feira (11), durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para celebrar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos Entenda o assunto .

Esse projeto de lei, de autoria da ex-deputada federal Iara Bernardi, atualmente tramita no Senado, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde tem como relatora a senadora Fátima Cleide (PT-RO).

Toni Reis disse discordar da opinião dos senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Magno Malta (PR-ES) de que a proposta "vai calar a voz dos pastores e padres" - Crivella e Malta não apóiam o projeto. Toni Reis ressaltou que a associação exige apenas respeito às pessoas.

O presidente da associação informou que a proposta foi amplamente debatida em todo o Brasil em conferências nacionais e estaduais que reuniram cerca de 16 mil pessoas. Segundo ele, na abertura de uma dessas conferências, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria observado que "ninguém pergunta sobre a orientação sexual quando as pessoas vão pagar Imposto de Renda; então, por que discriminar quando livremente escolhem o que fazer com seus corpos?".

Toni Reis informou que ainda há pena de morte para homossexuais em sete países, enquanto em outros há pena de prisão. Também ressaltou que, no Brasil, 2.803 homossexuais foram assassinados nos últimos 20 anos. E defendeu a necessidade de discussão dos direitos e de todas as formas de discriminação.

Tortura

Na mesma reunião, o representante da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) Severino Marques de Oliveira pediu ao senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH, que atue junto à Comissão de Anistia do Ministério da Justiça para que aquele colegiado decida rapidamente em benefício das pessoas que foram torturadas durante a ditadura militar. Ele disse reconhecer que a decisão não vai sanar os danos sofridos por essas pessoas ou suas famílias, mas que, no entanto, isso pode amenizar seu sofrimento.

Outro assunto abordado durante a audiência da CDH foi a eleição do brasileiro Antônio Augusto Cançado Trindade para ser um dos juízes do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia. O presidente do Movimento de Servidores Aposentados e Pensionistas (Mosap), Edison Guilherme Haubert, afirmou que essa eleição pode representar um avanço nas questões de direitos humanos. Trindade foi eleito em 6 de novembro deste ano. Ele recebeu 163 votos de países representados na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e 14 dos 15 votos no Conselho de Segurança da ONU.

Já o representante da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB) Moisés Leme da Silva Neto criticou a falta de investimento dos governos nas causas sociais que podem trazer "mais dignidade" às pessoas. Ele informou, por exemplo, que a cada cinco segundos uma criança morre por fome no mundo e que esse problema não é prioridade das autoridades. No entanto, observou, a crise econômica mundial levou os governos em todo o mundo a se mobilizarem para socorrer banqueiros.

Também o secretário-geral da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Moacir Meirelles, manifestou-se na audiência par pedir mais dignidade aos aposentados e pensionistas brasileiros. Ele disse que muitos estão com uma defasagem de mais de 60% em seus benefícios. Ele lembrou que essas pessoas, "que contribuíram para a grandeza do país, hoje enfrentam dificuldades".

Estatuto da Igualdade Racial

O relator na Câmara do projeto de lei de Paulo Paim, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, deputado federal Antônio Roberto, informou durante a audiência que o deputado federal Vicentinho pediu vista da proposta. A matéria seria votada na manhã desta quinta-feira na Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial, mas, com o pedido de vista, a votação foi adiada para a próxima quarta-feira (17). O relator disse que o projeto (PLS 213/03), que tramita na Câmara como PL 6.264/05, precisa ser aprovado para que haja a "inserção" dos afro-descentes e a reparação do que ele considera "um erro histórico".

Caso a matéria seja aprovada na Câmara sem que haja alterações no texto aprovado no Senado, o projeto será encaminhado à sanção presidencial. Mas, se houver modificações, voltará ao exame do Senado.

O coordenador de Assuntos para a Igualdade Racial do Distrito Federal, João Batista de Almeida, informou que a criação de um espaço destinado a atividades de proteção de afro-descendentes em Brazlândia, no Distrito Federal, depende da aquisição de uma área para essa finalidade. Nesse sentido, ele pediu o apoio do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para o projeto que será coordenado por Elza Caetano. Cristovam afirmou que a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) está tomando providências para a liberação do terreno e destacou que o acolhimento de afro-descendentes "é uma luta que todos nós deveríamos abraçar".

Iara Farias Borges / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)Categorias do Technorati , , , ,

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Natal de Jesus, o grande paradoxo cristão

Não sou escritor, nunca fui... Tenho formação teológica, psicológica e jurídica (acadêmico). Quando aceitei, ou chamei para mim, a tarefa de escrever neste blog, nunca esperava encontrar o que por aqui encontrei. Não sou escritor! Mas, a teologia, a psicologia e o Direito me deram intimidade com as palavras, com as escrita, e mesmo assim, nesse universo vasto em que vivo, múltiplo em suas formas, não consegui me acostumar com o que encontrei aqui...

Hoje fui comprar um presente, que darei de natal para uma amiga, é um livro, do Rubem Alves, e passando suas páginas me defrontei com o seguinte pensamento: "... o simples gesto de amor que se é feito por alguém compensa toda vida.". Fui longe, e me peguei pensando no blog. Juntei os fatos, e uma tristeza imensa tomou meu coração.

O natal de Jesus fala de amor...É isso que se anuncia nessa época, é disso que fala às passagens bíblicas do relato do nascimento: GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS POR ELE AMADOS (Lc 2,14). E é interessante que os cristãos, durante todo esse ano, que nos visitaram nesse site,fizeram exatamente o oposto disso, o oposto desse amor!

Trouxeram nas suas pregações, absurdas, o desamor sem medidas, incitaram o ódio e dele fizeram sua maior apologia, a grande bandeira em nome de uma fé estúpida e demente. Fé contrária ao Cristo, em nome do Cristo! Lembro-me de um pastor Luterano (IECLB) que sofreu, processo judicial, por difamar os homossexuais, e também sofreu restrições da Igreja pelo mesmo comportamento. Esbarrei-me com esse pastor no ORKUT, numa das comunidades, não oficial da Igreja, e lá estava ele se vitimando, se passando por perseguido, e logo quando defendi os gays sofri censuras na comunidade, que excluíam os meus textos e preservavam os do pastor contra mim! Hilter fazia o mesmo, todo o discurso que era antinazista, era censurado, enquanto ódio, dor e morte eram apregoados em nome da purificação do mundo.

Sim, meu coração foi tomado por tristezas ao me recordar desses fatos, pois percebi que grande parte da humanidade está condenada na sua própria pequenez, ignorância e tolice, e que nem todos que dizem Senhor, Senhor herdarão o Reino de Deus. E que todos que se inflamaram no ódio e no desprezo, contra quem quer que seja, serão argüidos pelos seus próprios ódios. E o natal não passa desse paradoxo, de um amor desconhecido, ou de um amor odiado, selado e corrompido.

Infelizmente, alguém, qual é o sentido do natal? Os cristãos não sabem...
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Polícia prende sargento reformado como suspeito de ser o Maníaco do Arco-Íris

Por Hélio Filho

A polícia prendeu na noite da última quarta-feira, 10, o sargento reformado Jairo Francisco Franco sob a suspeita de ser o “Maníaco do Arco-Íris”. Segundo o delegado do 3º DP de Carapicuíba, Paulo Fernando Fortunato, a prisão preventiva foi decretada ainda na quarta-feira com base em um depoimento de uma testemunha que diz já ter, inclusive, conversado com o militar.

Jairo foi preso à noite no Supermercado Airassol, em Osasco, onde trabalha como segurança particular, profissão comum a militares fora de atuação. Ele foi ouvido na delegacia de Carapicuíba e negou que seja o autor dos assassinatos de 13 homossexuais no Parque Paturis, na mesma cidade. Jairo também disse que não foi ele quem matou a travesti Pamela Peixoto, em Osasco.

Segundo o delegado declarou à Globo News, o suspeito está sendo investigado desde 18 de outubro, mas pelo crime contra a travesti. Como a testemunha ouvida na quarta-feira, a segunda do caso, confirmou que chegou a conversar, mas não teve relações sexuais com o sargento reformado, e que Jairo é freqüentador assíduo do local, as suspeitas caíram todas sobre ele.

Mas é preciso ter calma e não sair atirando pedras e acusando apenas com base em suposições. A série de assassinatos no Parque Paturis ganhou uma grande repercussão e comoveu muita gente, inclusive o governador paulista, José Serra (PSDB), que disse até ter sentido arrepios no local dos crimes. Assim, a polícia fica pressionada pelo governo, militantes e sociedade em geral para solucionar logo o caso.

Jairo não pode ser considerado culpado. Ele ainda precisa ser investigado como suspeito, o que está sendo feito, e acusado em processo para ser levado a julgamento. Depois de julgado e considerado culpado ele pode ser chamado de assassino, antes não. Afinal, a própria polícia admitiu ter dois suspeitos e trabalha em duas linhas diferentes de investigação.


Fonte: Mix Brasil

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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Maníaco em Carapicuíba-SP: serial killer é suspeito de 13 homicídios contra gays

O parque Paturis, em Carapicuíba, era conhecido por ser um point gay durante a noite. Mas, há quase um ano, segundo reportagem de hoje da Folha de São Paulo, tem sido palco de assassinatos em série.

De acordo com matéria dos jornalistas André Caramante e Rogério Pagnan, entre julho de 2007 e agosto de 2008 foram 13 mortes. Todas as vítimas eram homens e 12 delas foram mortas a tiros dentro do parque. O assassino, que recebeu o apelido de 'Maníaco do Arco-íris', usa uma arma de fogo calibre 38 e uma pistola 380, e em todos os casos disparou a curta distância. As vítimas foram encontradas de bruços e sofreram abuso sexual.

As investigações da polícia mostram muito pouco sobre o serial killer. Sabe-se apenas que o suspeito tem entre 1.65m e 1.70m de altura, é forte, de cor parda e pode trabalhar na área de segurança, já que demonstrou habilidade com armas. A polícia não encontrou vestígios de balas em árvores nem no chão, apenas nos corpos.

A reportagem de um jornal local afirma que, por medo, os gays que freqüentam o parque dos Paturis passaram a evitar lugares escuros e ficar até mais tarde no lugar. "Aqui no Paturis era tudo liberal. Hoje, os que conseguem dão uma de macho e andam como homem para
não chamar tanta atenção desse maluco", disse um estudante, que não quis se identificar.

Ontem, o delegado Paulo Fernando Fortunato, da seccional de Carapicuíba, afirmou que já tem o retrato falado do maníaco responsável pela morte de 13 homossexuais no Parque dos Paturis, em Carapicuíba, na Grande SP.

Para o delegado, o criminoso "vai lá para exterminar. É uma pessoa que odeia homossexuai
s". Fortunato disse ainda que já foi solicitado a elaboração do perfil psicológico do suspeito.

Sobre a possibilidade de haver um grupo de extermínio de gays na região, o delegado afirmou que "não há evidências disso".

Os 13
crimes aconteceram entre fevereiro de 2007 e agosto de 2008 e, até o momento, a polícia havia encontrado apenas uma única possível testemunha que teria visto o maníaco. Ela ajudou a elaborar um retrato falado do suspeito.

"Foi a única pessoa que disse ter visto algo, por isso, não vamos divulgar, pois pode ser de u
ma pessoa inocente", disse o delegado. A divulgação da imagem, segundo outros policiais que apuram o caso, pode também alertar o verdadeiro criminoso e atrapalhar as investigações.

"Contamos com a denúncia de mais alguém para chegarmos até o assassino. E com o fator sorte também", revelou Fortunato.

Vítimas

Segundo o delegado, das 13 vítimas apenas uma foi morta a pauladas. "Houve essa vítima e uma outra que levou tiros de pistola 380. As demais foram atingidas por tiros de um revólver calibre 38", disse.

Três foram alvejadas na cabeça e outras três no tórax. As demais levaram tiros na nuca, na testa, no rosto e nas costas. Somente agora estão sendo feito exames de balísticas. "Só depois desses exames é que teremos a certeza de que todas essas vítimas, com exceção dos que foram mortos por tiros de pistola e por pauladas, foram mortos com a mesma arma", afirmou Fortunato.

De acordo com a investigação, todas as vítimas eram homossexuais. Os peritos do IML que examinaram os corpos à época dos crimes não teriam encontrado indícios de sêmen. "Isso significa que não houve o ato sexual, não houve penetração. Como as vítimas foram encontradas com as calças abaixadas, ele as executava nesse momento, antes de ter relação", contou o delegado.

Durante a coletiva de imprensa, Fortunato fez ainda um alerta à população. "O local [Parque dos Paturis] é perigoso. É uma área toda aberta e de chão de terra. Todos estão cientes deste perigo".

Segundo o delegado, o parque está sendo freqüentado por policiais descaracterizados e vigiado à distância.

Por meio de nota, a Prefeitura de Carapicuíba informou que vai fazer todos os esforços para reforçar o patrulhamento no local.


Fonte: A Capa
Assista essa reportagem:

Fonte: Globo.com

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Abominação é: Está escrito! (Lv 18,22)- segunda parte

Sexualidade e pureza cultual

Como foi discutido, anteriormente, o texto de Levíticos, capítulo 18, encontra-se dentro de um código, conhecido, teologicamente, como Código da santidade, e esse fragmento (cap. 18) é uma perícope remota, muito antiga, de uma época nômade das famílias patriarcais dos hebreus. Enfim, esse culto, que é estabelecido no capítulo 18 de Levíticos, faz parte do entendimento da sexualidade e pureza cultual. Entretanto, para se entender o conteúdo finalístico de tal proposição, faz-se mister o aprofundamento da temática.

A sexualidade assume importância especial para os antigos, antepassados, na medida em que se trata de sua relação com a esfera cultual sagrada, à compreensão cosmológica decorrente. Assim, nos tempos imemoriais, aqueles que antecedem, e em muito, a própria história dos hebreus, e do povo israelita, bem como a do Oriente antigo- o que vale dizer, que tais proposituras provêm da
idade da pedra, quando inexistia a tradição escrita- desenvolveram-se, entre os homens, preocupações particulares em torno do comportamento sexual adequado a respeito da área sagrada e do culto às divindades. Assim sendo, não era possível se aproximar de lugares santos (altares, por exemplo) com as "mãos sujas" ou pés calçados: Daí, o texto de Êxodo 3,5: "... tira as sandálias dos pés porque o lugar em que estás é terra santa." Moisés ouviu a orientação, e tal regra básica, determina, em várias tradições, até hoje, como determinou no Sinai, o relacionamento dos fiéis com seu lugar de adoração. A primeira diferença entre o sagrado e o profano- a sujeira e a limpeza. Dentro disso o conceito de pureza física e moral, permitindo a aproximação à divindade, aquela idéia de estar limpo, sexualmente, no encontro com Deus, ocupa lugar central a partir dessas convenções.

Uma outra prova desse pensamento enraizado na cultura hebréia, e depois israelita, sucede com Davi, fugindo do rei Saul, chegou em um templo pedindo alimentos para si e seus companheiros (I Sm 21. 2-7). Os sacerdotes de Nobe, infelizmente, não tinham, à mão, "pão comum", mas só pão consagrado (cf,v.5). Desse pão consagrado só podiam usufruir pessoas que não tivessem tido RELAÇÕES SEXUAIS, pelo menos, alguns dias antes da refeição (vs. 5-6). O que mostra o nítido temor de admitir contato entre as atividades da esfera divina: órgãos, parafernálias vestimentais, palavras, imagens, alimentação, etc. Às atividades de cunho sexual. Uma outra afirmativa disso é que os sacerdotes que ascendiam ao altar para queimar sacrifícios tinham que vestir cuecas especiais para não expor as genitálias à pedra sagrada (Cf. Ex 20.26; 28.42; Ez 44.18).
Do Oriente antigo se conhece inúmeros textos hititas, babilônicos, assírios, egípcios, dentre outros, que dizem respeito a esse modo fundamental de ofender divindades por vários comportamentos ou apresentações na área sexual.

Todo esse mito e tabu acontecem pela ligação do entendimento entre sexualidade e fertilidade à força criadora das próprias divindades. O sêmen mexia com a potência criativa, e fazer, do lado humano, o uso dessa força, com impropriedade, além de impossível, era sacrilégio, uma interferência suicida, e por conta da expressão milenar de tal tradição o assunto não era refletido, ou questionado. A antropóloga Mary Douglas¹ há muitos anos observou tendências semelhantes em quase todas as culturas humanas; o medo de ofender as divindades, por meio de exibições sexuais, permeia a história das religiões. Desta feita, os índios Hopi, no Arizona, abstêm-se de namorar nas plantações de milho, para não irritar a dona divina da roça. O tempo de abstinência sexual antes da atuação cúltica, para os homens que servem no altar, dura, em determinadas religiões, de três dias até a vida inteira. Também, o celibato católico romano tem como fundamento (embora ninguém admita e afirmem disposto contrário), aquele medo arcaico de misturar sexualidade humana com a esfera criativa e poderosa de Deus.

Mais tarde, em Israel surge um problema quanto à radicalidade desses conceitos de pureza e impureza, no que toca, à alimentação sacerdotal. Afinal, o servidor do altar (o sacerdote) recebia como salário partes dos sacrifícios sagrados. Como, então, compartilhar isso com os filhos e filhas e outros membros da família, que não estavam em estado de "pureza"? Alguns, advogavam que o sacerdote tinha que comer da carne sacrificada dentro do recinto santo (Lv 8.31-36). Entretanto, a compreensão se afrouxou e, muitos, entendiam que a família sacerdotal, ou todos aqueles que morassem com ele ,debaixo do mesmo teto, poderiam compartilhar da refeição sagrada (Lv 22.10-13). Todavia, o mito de tocar em coisas sagradas impuramente perdurava, ainda, que não com tal radicalidade (Lv 22.14). O mesmo não ocorreu com o tema da sexualidade, que recebeu atenção destacada dentro da temática geral de pureza e impureza.

O bloco literário de Lv 11-15 é o maior de todo o Antigo Testamento que tematiza os problemas de prevenções contra atos ou comportamentos "poluentes" ou causadores de impurezas face à esfera cultual divina. Nos trechos de Lv 18; 20; 21; Nm 19; Ez 18,44 a preocupação é de modo paradigmático, com quaisquer fenômenos e atos humanos que poderiam perturbar a esfera divina, principalmente a sexualidade. Assim o grande interesse pelos fluxos sexuais corporais que saem dos órgãos genitais (Lv 12 e 15). Seja a ejaculação masculina ou a menstruação feminina, sejam várias doenças venéreas que produzem algum fluído saindo do corpo ou a defluxão pós-parto, tudo fica altamente perigoso para área sagrada, o pessoal ligado ao culto, a comunidade de fé e para os próprios portadores dessas "enfermidades". Todos esses fluídos corporais ligados à sexualidade (outras culturas acrescentam os fluxos salivares, as lágrimas ou o pus de um furúnculo qualquer) constituíam ameaças à esfera divina, e por isso, podiam provocar castigos de Deus. Assim, tornaram-se grandes perigos para a comunidade de fé que suscitava a ocorrência.

Destarte, à medida em que a comunidade acreditava nessas possibilidades de irritar as divindades por comida ou bebida não-autorizadas, contato com coisas ou seres causadores de impurezas, atos ou estados corporais indesejáveis, as prevenções e regras de cautela eram vitalmente importantes. Entretanto, resta saber como a coisa se concretizava fora da esfera sagrada, no contexto da comunidade judaica do exílio e pós- exílio da época, e as ausências de proibições, em face das relações sexuais de determinados grupos societários. Contudo para não ficar cansativo, continua na próxima abordagem.

Renato Hoffmann

¹ Douglas, Mary. Purity and danger, Cambridge, 1966; tradução para o português: Pureza e perigo, São Paulo: Perspectiva, 1976.

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domingo, 7 de dezembro de 2008

É lícito ou não?

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o que é de outrem. (I Co 10,23-24).

Marco Paulo, obviamente que Paulo ao falar do casamento ordenou, em conselho, à igreja que se casasse por causa da dureza do coração de muitos. Embora, na visão do apóstolo, o celibato fosse a melhor e mais satisfatória forma de vida que o cristão pudesse almejar, é cediço, entretanto, que é a ÚNICA, E VERDADEIRA FORMA ANTINATURAL de se ser no mundo, de se constituir enquanto pessoa. E o casamento seria para camuflar os desejos pecaminosos, que, na mente do servidor de cristo, destruía a ligação do homem com as coisas espirituais, mas ao se casar seria tolerável aos olhos do Espírito.

Paulo, como um bom ESTÓICO, tinha os problemas de valores, que circundavam o pensamento epistemológico desse grupo de filósofos, em relação a praxis da pessoa no seu cotidiano. Entregar-se aos prazeres da carne (e aqui se entende qualquer prazer, do mais simples sorriso à mais intensa aventura) era sucumbir à razão, e ligando seu pensamento cristão na filosofia corrente, retro mencionada, era não alimentar o espírito, matar a alma, desligar-se de Deus.

Você nos pergunta se acreditamos no amor livre, ou se a proibição de manter relações sexuais antes do casamento é lícita, ou como nos colocamos diante das Escrituras em relação a tudo isso. Bem, no meio Gospel LGBT você encontrará às mais diversas opiniões sobre o tema. Aqueles que vão se posicionar contra qualquer afeto fora de uma união estável, de parceiro único, etc. E, aqueles, que não encontrarão nenhum impedimento em relação a tais valores por não os possuirem.

O Fato é, eu não posso, e nem sou autorizado a falar em nome de igreja nenhuma em relação à temática proposta, mas, posso falar por mim... Isto, pelo fato do Gospel LGBT não possuir nenhuma ligação com qualquer igreja institucional que seja, não somos dessa ou daquela denominação, mas carregamos na essência o pensamento crsitão, e nele nos debruçamos.

Na minha forma de contemplar às coisas, o cristão, homossexual ou heterossexual, não peca por manter conjunção carnal fora do casamento, salvo nas hipóteses em que se revelar proveito demasiadamente próprio em demérito do outro. O que vale dizer, que nessa circunstância, é defeso qualquer justificativa, pois o apelo que se faz, aqui, é o da consciência, e esta, a saber, é alteridade na busca pelo próximo. Assim sendo, não são os meus desejos, o os meus prazeres, mas, os NOSSOS desejos e os NOSSOS prazeres.

É válido transar com o amigo, desde que, esse amigo seja livre, e aquilo que eu pratico com ele não fira à ninguém, e nem cause constrangimento e desmerecimento à ninguém. Assim, o sexo pode ser sim casual, mas a casualidade deve figurar em liberdade dos seres que não se comprometem, mas, NÃO CAUSAM PREJUÍZOS nem a si, nem aos demais pelos atos praticados.

Na graça e na paz,

Renato Hoffmann

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Abominação é: Está escrito! (Lv 18,22)

Não é de hoje que escuto esse texto de Levíticos ser proferido para afrontar os homossexuais de forma geral. Necessariamente, sempre a afirmação vem possuída pelo velho adágio: Está escrito! E de fato está, o problema não é o que está escrito, mas de que forma está escrito... Para que está escrito, e então, a grande pergunta, por que deixou de estar escrito?

Não sei bem se as pessoas que lêem essas passagens possuem quaisquer tipo de formação mais crítica, entretanto, o que se pode perceber é que, se possuem, não fazem questão de aplicá-la. Obviamente, que quando se está diante de um texto, o primeiro processo, e poderia-se classificar como IMEDIATO, é o processo sincrônico, que liga o leitor com curto espaço histórico- social-filosófico (próximo), que está inserido, ao texto possuído e lido. Assim, tudo que é específico à uma cultura, nela é entendido sem esforço, pois toda a cultura, comungada entre os pares, traz seus próprios símbolos e modelos interpretativos, iluminando o texto e se fazendo claro à compreensão do leitor. Assim um belorizontino entenderá com mais facilidade um jornal, com assuntos políticos, que retrata BH do que SP, um brasileiro entenderá mais da economia de seus país do que a economia da França, e um ente contemporâneo perceberá sua cultura, pós-moderna, muito mais precisa do que a cultura da Idade Média.

Na verdade, enquanto mais se alonga os espaços, mais esforços adaptativos serão necessários à compreensão textual. Assim, tomando o exemplo retro mencionado, um belorizontino, que viva em BH, lendo as notícias da política paulistana, propriamente, terá que se inteirar do quadro político-social da capital paulista, para emitir sua opinião sobre a mesma, o que não aconteceria em BH, pois já tem conhecimento de causa. Da mesma forma, o brasileiro que olha para a economia da França, teria que entender o processo macro e micro econômico, bem como, as relações políticas francesas, para começar a capitar o processo que desencadeou, aos franceses, adotarem essas medidas e não outras para a vida financeira de seu país. O que no Brasil, tal esforço, é mínimo, pois esse processo político é percebido pelo brasileiro diariamente.

Destarte, todo o processo que se usa para chegar no texto, e percebê-lo em seu contexto extensivo, é processo interpretativo MEDIATO, pois perpassa sua estrutura sincrônica e imediata, para abri-la, como que se uma janela em uma paisagem muito mais ampla, que não está descrita no texto, pois é subentendida culturalmente por aqueles que comungam diretamente nesse mesmo contexto. Mas, todavia, não será às gerações que perderem o elo com os mesmos símbolos auferidos, portanto, tendo que recuperá-los para um entendimento mais próximo da mensagem que se quis transmitir.

Eis, então, a diacronia, que é mediada pelo contexto sócio- histórico e filosófico remoto, sendo transversal ao entendimento imediato e o indagando à busca do seu sentido primeiro. Assim surge a passagem bíblica de Levíticos 18,22 :

Com homem não te deitarás, como se fosse mulher, abominação é...

Obviamnete, que há de fato um impeditivo na lei, uma proibição direta, contundente, específica: NÃO TE DEITARÁS COM HOMEM... Isto está escrito! Mas e o que não está escrito? Quais são os motivos desse impedimento, em que contexto esse impedimento é entendido, significantemente, à cultura em que foi proferido?

O livro de Levíticos foi escrito após Israel voltar do cativeiro babilônico, portanto sua redação é fruto da obra designada pela escola Sacerdotal, e não por Moisés, Esses redatores tinham um propósito, uma resposta a dar à sua nação ao seu povo: O momento é de reconstrução, Israel precisa de uma lei e de um culto.

Assim, a escola Sacerdotal juntou os fragmentos das cerimônias, cultos e lei , na tentativa da reconstrução da tradição primeira do povo, portanto, o livro contém elementos bem antigos, como as proibições alimentares (cap. 11); como as regras da pureza (caps 13-15). E, os capítulos que falam da Santidade 17-26, carregam em seus elementares um fragmento que se reporta à época nômade do povo hebreu: O CAPÍTULO 18.

Antes de se prosseguir neste raciocínio é importante à analogia a compreensão de que, os elementos associados à vida do povo no exílio trazem as marcas profundas da lembrança, inclusive do momento da angustia, sendo transformada em esperança.

Assim, o documento Sacerdotal mostra Moisés morrendo sem herdar a terra prometida, pelo pecado da descrença, do murmúrio (Nm 20,12), entretanto, Deus continua fiel à sua promessa, e antes da morte de Moisés se declara dela cumpridor dizendo a ele: "Contempla a terra que destinei aos filhos de Israel!" (Nm 27,12).

Moisés deve contemplar a terra prometida não só com um olhar ansioso, mas também com o ânimo cheio de esperança e firme na confiança, porque sabe que a promessa ainda subsiste. Para compreender essa perícope Sacerdotal é necessário considerar que essa passagem se formou no exílio babilônico, e lá os exilados não viviam só na resignação e desânimo, mas na esperança da eleição, da aliança, Iahweh reconduzisse seu povo à terra dos pais.

Assim, como antes, Moisés lançara seu olhar na direção da terra, sem contudo poder dela desfrutar, também, aqui, por causa da CULPA PROCEDENTE, os exilados estão sem meios para voltar à pátria. Entretanto, do mesmo modo que Moisés pôde confiar na promessa , com seu coração cheio de esperança, também os exilados podem confiar firmemente na palavra de Deus e acreditar nos profetas, segundo os quais Deus retornaria com Israel à sua casa.

O código de santidade

Aqui, depois das considerações feitas, insere-se o que nos interessa de forma objetiva e imediata.
Entre o inumerável material, que no decorrer da ampliação da narração histórica sacerdotal, foi inserido no documento Sacerdotal, cabe um lugar especial ao código da santidade, que tem sua pré-história complicada. Na verdade, este código ao lado do livro da Aliança, e da lei deuteronômica, representa um outro corpo de leis, independentes anteriormente à juntada.

A série de Levíticos 18,7-12. 14-16 pertencem a um decálogo de estilo apodítico, que estabelece a defesa da família patriarcal contra a promiscuidade sexual nos tempos da peregrinação no deserto e da vida nomádica. Assim o capitulo 19 e 20 também se concluem.

Juntados por um núcleo formador de uma teologia em compilação NOS ÚLTIMOS DECÊNIOS ANTES DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM EM 587 A.C, se encontra o primitivo texto das partes mais antigas dos capítulos de Levítico 18-22; 25, que agrupam a moral com a liturgia. Significativa e importante constatação que nenhuma das punições que se encontram no código da santidade pertencem à esfera da JURISDIÇÃO PROFANA, todas elas são referidas ao culto.

Nota: para não se tornar cansativo, noutra oportunidade continuaremos a abordagem do tema.

Renato Hoffmann

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Divulgação

iLtda. - Toda cidade tem seu ritmo. Todo mundo tem seu sonho - O Musical

Genteee!!!

Dias 06 e 07 de dezembro de 2008, no SENAC Lapa Scipião, estréia meu primeiro musical, depois de quatro meses estudando Musical Para Teatro, chego a hora da formatura, quem puder estar presente nos encontramos lá, vocês darão boas risadas, quanto a minha participação... é a primeira vez trabalhando como ator, cantor e dançarino, então se preparem rsrsrs tô iniciando agora, não só eu como toda a turma/cia/ elenco... bom se querem saber mais acessem: http://www.iltdaomusical.blogspot.com/ lá tem o endereço e outras informações, ah é gratuito essas duas primeiras apresentações, só cheguem com antecedência para garantir seu lugar com a retirada do ingresso antecipado na porta, e quem for me avisa pra tirarmos uma foto juntos no final do espetáculo!

Abraços e que DEUS cuide de vcs, orem por mim pra que dê tudo certo...e quem sabe em dois anos Brodway kakkaka

beijos iLimitados!!!

Diego Oliveira

Um pouquinho do Diego:

Diego Oliveira - com formação em Administração de Empresas (nível técnico) e Pedagogia, começou a estudar canto-técnica vocal como "hobby", com Joelma Minucelli, e depois, com Talita Alves, pela Dinâmica Escola de Música.

Influênciado pela música Gospel tradicional e contemporânea da Igreja Adventista, este barítono tem experimentando novos estilos musicais, como forma de enriquecer sua carreira. Tem experiências como solista, back vocal e produtor.

Atualmente continua com aulas particulares de canto, cursa Musical para Teatro pelo SENAC, e é voluntário na Equipe de Louvor da Igreja Para Todos como back vocal.
iLTDA é o seu primeiro trabalho no segmento de Musicais.

Diego Oliveira é inscrito na lista de discussões LGBT, e este blog o felicita desejando que todos os seus sonhos se concretizem!

Vaticano: em nome do padre, da morte e do extermínio, amém?

Vaticano se opõe ao pedido internacional para descriminalização de gays

Nesta terça, 2, grupos de defesa dos direitos gays criticaram a conduta do representante do Vaticano na Organização das Nações Unidas. Diante de um pedido apresentado na ONU para que a homossexualidade seja descriminalizada em todo o mundo, o arcebispo Celestino Migliore deixou clara a oposição feita pela Santa Sé.

Iniciativa da França, o pedido tem o intuito de fazer com que a homossexualidade deixe de ser vista como crime e punida com prisão, como ainda acontece em alguns países islâmicos.

Para Migliore, a decisão pode ser um passo para a união de pessoas do mesmo sexo em todos os países europeus. "Se a medida for adotada, serão criadas novas e implacáveis discriminações. Por exemplo, Estados que não reconhecem a união de pessoas do mesmo sexo como matrimônio serão ridicularizados e pressionados", acredita o arcebispo.

Segundo Franco Grillini, presidente do Arcigay (principal grupo LGBT da Itália), a resolução, que conta com o apoio de 27 países membros da União Européia, não tem nada a ver com o casamento gay. "É sobre acabar com punições como prisão e execução para homossexuais", disse.

Em editorial, o jornal italiano "La Stampa" disse que considera grotesco o raciocínio do Vaticano.

Fonte: Mix Brasil

Apenas uma nota sobre a reportagem:

Não sei quais os motivos que ainda me levam ao estranhamento de tais posturas vindas de um vaticano que é conduzido por linhas conservadoras, e que aliás, nunca conseguiu ser diferente disso que é. Não posso conformar com meu estranhamento, e pensar que seria normal estranhar! Nunca poderia, jamais poderei caso esteja sóbrio da minha própria sensatez, e não alienado por um espírito romântico ou vazio de si mesmo... Não há nada mais vazio do que o próprio Vaticano! Não posso estranhar, e esquecer que essa organização já teve um papa que apoiava o NAZISMO em detrimento dos judeus, e que se calou diante do holocausto, e que se denominava PIO XII, não posso esquecer que esse santo representante do Cristo, que era judeu, apoiava o massacre de Hitler nos bastidores da igreja em conversas secretas, que foram divulgadas por nazistas posteriormente à II guerra.

Estranhar o Vaticano apoiar o massacre da criminalização, do preconceito e do extermínio, falando em resguardar o casamento? Como posso? Uma vez que é mais fácil vê-lo apoiando a revolta, a morte e genocídio! Não é de se estranhar...