sábado, 20 de novembro de 2004

Renato,

Transcorrendo os olhos em suas colocações a cerca de um axioma, muito refleti e identifiquei como seus, também, particularidades que considerava só minhas: liberdade e punição de Deus não devem ser associadas a julgos de conduta balizados pela Bíblia (palavra Dele que foi por falhos homens transcrita).

Julgar, balizar, criticar, sempre foi inerente ao ser humano (e nisto, estamos nós: os gays), principalmente no que concebemos como "diferente" à nossa concepção de individualidade. No contexto em que me encontro (namoro um gay evangélico) muito aprendi (minha formação religiosa nunca foi em templos, mas sim com Ele diretamente) e tanto mais me indignei, visto que em todo meio, seja ele inclusivo ou não, a segregação pela diferença, gera a esfera sub da marginalidade que nos impõem os que se consideram "normais".

Existe segmentação onde deveria existir consenso. Todos independente do caminho percorrido até aqui, queremos direitos (não necessariamente aceitação, pois esta é subjetiva e não deve ser imposta) para contraprestar aos deveres que nos são inerentes como `cidadãos`. Por que então aferir as formas de busca deste fato? Não possuo conhecimento das escrituras, porém sei que Deus me ama da forma que sou: homoafetivo.

Ser promíscuo ou conservador é apenas um dogma introjetado pela sociedade (nesta incluem-se heteros, homos, bis....enfim, todos). Não deveríamos ser enquadrados em uma ou outra rotulação, pois o primordial seria vivermos consonantes com o que sentimos. Isto deveria ser o necessário a todos.

Por favor, não veja meu desabafar como uma forma de refutar pensamentos ou colocações, mas sim como um meio de externar algo há muito guardado. Corro também o risco de incorrer em intromissão, porém saiba que ao colocar nestas linhas meu pensar, o fiz na certeza de ser consonante com meu existir e na perspectiva de ser visto como um indivíduo subjetivo e com falhas, pois como tantos, busco apenas caminhar.

Enfim, fácil é falar do que não nos é familiar, próximo, aceito, porém todos temos nossas omissões. Nisto sim deveríamos empregar nossa energia e vitalidade, para que com o templo interior sanado, pudéssemos em conjunto buscar esta condição coletiva tão em voga (união civil para GLBT`s). Acredito que desta forma poderemos entender melhor a heterogeneidade e a subjetividade que está em cada indivíduo sem o estigma mínimo da SEXUALIDADE.

William Castro

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